CASO AMERICANAS

Cinco meses após escândalo, Americanas explica fraudes financeiras

A Americanas afirmou que o efeito dos ajustes decorrentes das fraudes nos resultados da companhia ao longo do tempo ainda está sendo apurado

A Americanas afirmou nesta terça-feira (13/6), que as demonstrações financeiras da empresa vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior. Segundo pronunciamento, os assessores jurídicos da administração da empresa fizeram uma reunião do conselho de administração nesta segunda-feira (12/6) e montaram um relatório contendo achados preliminares sobre as inconsistências contábeis relatadas pela varejista em janeiro.

"Os documentos analisados indicam que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas", afirma a empresa. A Americanas afirmou que o efeito dos ajustes decorrentes das fraudes nos resultados da companhia ao longo do tempo ainda está sendo apurado, "mas a expectativa da administração é de que o impacto nos resultados mais recentes seja significativo".

Além de informar que houve esforços da diretoria anterior para ocultar a real situação do resultado e patrimonial, o relatório indica a participação na fraude do ex-presidente-executivo, Miguel Gutierrez, que se desligou da empresa em dezembro de 2022, bem como de outros ex-diretores e antigos executivos.

Contratos

Foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores.

Segundo o relatório, esses lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022. A empresa está em recuperação judicial, após encontrar um rombo contábil no início do ano.

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