Após menos de um ano do encerramento da última paralisação, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) vai levar uma proposta de retomada da greve, ainda este mês, para a assembleia da associação. Nomeado de “Operação Padrão”, o último movimento grevista dos servidores da autarquia durou mais de três meses, e provocou o atraso de publicações do BC, como o Boletim Focus, além do adiamento de pautas prioritárias, como o Real Digital.
O motivo principal para a retomada da operação, de acordo com o sindicato, seria o descumprimento de acordo relacionado a uma pauta específica dos servidores da autoridade monetária, por parte do governo federal. “Será proposta também a entrega de cargos de chefia, de coordenadores de equipe, assessores e chefes de subunidades, o que pode gerar um apagão em vários departamentos do BC”, escreveu, em nota, o presidente do sindicato, Fábio Faiad.
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Além de acusar o governo federal de rompimento de acordo firmado ainda no governo Bolsonaro, o sindicato acredita que há uma falta de isonomia em relação ao tratamento concedido a auditores fiscais da Receita Federal (RF). Nesta terça-feira (6/6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto para regulamentar o bônus de eficiência de auditores e analistas da RF, o que deve elevar a remuneração da categoria.
“Enquanto para estes houve diálogo constante e concessão do aumento do bônus dos servidores, o tratamento dado aos servidores do BC é de silêncio absoluto. A categoria vem desde abril buscando diálogo com a ministra (da Gestão e Inovação) Esther Dweck, sem sucesso. O Sinal espera uma mudança de postura do governo federal e a reabertura das conversações”, afirmou a entidade.
Procurado pelo Correio, o Ministério da Gestão e Inovação ainda não se manifestou sobre o assunto.
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*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro