O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta da autarquia, Mauricio Moura, afirmou, durante live semanal do Banco Central (BC), nesta segunda-feira (5/6), que a taxa básica de juros (Selic) “vai voltar a cair em algum momento”, sem especificar um período.
Segundo ele, contudo, para isso acontecer, são necessários três fatores. O primeiro deles seria uma “inflação corrente mais baixa ou indicando queda à frente”. Moura ponderou que, embora a tendência seja de queda hoje, os próprios economistas preveem que ela irá subir um pouco nos próximos meses, e voltar a cair em 2024. O segundo vetor compreende as expectativas futuras. E o terceiro, o balanço de riscos.
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O diretor do BC disse ainda que a decisão de política monetária não é tomada com base apenas em modelos. “Nós recebemos informações e cada membro define um pensamento e apresenta um voto”, reforçou, na live da autoridade monetária.
De acordo com Moura, no primeiro dia de Copom, os diretores e o presidente do BC recebem apresentações de equipes técnicas que mostram dados atualizados da economia doméstica e global. Já no segundo dia, pela manhã, há uma nova rodada de atualizações. À tarde, os oito diretores e o presidente se reúnem em uma sala e tomam suas decisões. “Nessa reunião fechada, participam os nove membros do Copom e um servidor do BC, que é o chefe do departamento de pesquisa econômica. Ele faz uma última apresentação sobre projeções de inflação”, acrescentou o diretor.
Inflação
O diretor do BC apontou também que a inflação alta é muito pior do que o juro elevado. “O juro é temporário, mantemos alto por um tempo para fazer com que a inflação comece a ir para o centro da meta que nos foi dada e depois da taxa de juros recua”, explicou. E comentou que a inflação “desarruma a casa”. “A inflação afeta o investimento, acaba com o emprego, corrói salário e aumenta a pobreza. O juro alto vem para rearrumar a casa, para continuar construindo.”
Moura disse ainda que ninguém gosta de juro alto, nem a população, os empresários, o governo ou o BC. “Fazemos isso porque é uma condição necessária para cumprir nossa meta”, justificou.