O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, declarou nesta terça-feira (27/6) que a manutenção da taxa de juros pelo Banco Central (BC) "vai na contramão de tudo aquilo que o país está fazendo". O comentário ocorre no mesmo dia de divulgação da ata sobre a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da autarquia, que manteve o patamar dos juros, mas sinalizou possível corte em agosto.
"Está se criando quase um consenso nacional, os setores produtivos de todas as áreas pensando em uma voz mais coesa no Congresso Nacional, na Câmara e no Senado", declarou Pimenta a jornalistas no Palácio do Planalto, questionado sobre a divulgação da ata. "De fato, todo o esforço que o país está fazendo para poder retomar um outro nível de crescimento, geração de emprego, de investimentos, hoje, acaba tendo uma oposição do Banco Central, que vai na contramão de tudo aquilo que o país está fazendo", acrescentou.
- BC: Copom sinaliza corte de juros em agosto, se inflação continuar caindo
- Campos Neto é convidado novamente para se explicar sobre juros no Senado
- Presidente da Febraban: juros altos são consequência de problemas na economia
Para o ministro, até os economistas mais conservadores têm dificuldade de explicar a manutenção do patamar atual, firmado em um cenário de alta inflação. "Hoje, a prévia dos últimos 12 meses está abaixo dos 4%, e a taxa continua inalterada", destacou. Ele disse ainda que há "uma necessidade" que o país discuta o tema de forma organizada e mais contundente.
Campos Neto no Senado
Pimenta também foi questionado por jornalistas sobre o novo convite para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seja ouvido no Senado. O requerimento foi aprovado hoje na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa Alta. O ministro, porém, respondeu que a decisão cabe aos senadores.
O convite foi defendido, mais cedo, pela ex-senadora e ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Ela integra, junto com Campos Neto e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Conselho Monetário Nacional (CMN), que define as metas da inflação. Questionado se o governo deve mudar a meta, Pimenta disse não ter informações a respeito.
"O Conselho não cuida só do controle da inflação. Existe o compromisso do crescimento econômico, da geração de empregos. E, do meu ponto de vista, é evidente que esses compromissos não têm sido observados. Como se somente um objetivo do CMN estivesse sendo observado", declarou.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.