Um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciar que a Taxa Selic seguirá em 13,75% anuais, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa-B3) fechou a sessão desta quinta-feira (22/6) em queda de 1,17%, aos 119.016,80 pontos. Com isso, a bolsa brasileira deixou o patamar dos 120 mil pontos, que tinha atingido na véspera após mais de um ano.
Enquanto isso, o dólar operou sem direção definida durante o dia e encerrou o pregão com leve alta de 0,09%, aos R$ 4,77. O movimento da moeda norte-americana foi reflexo do resultado das bolsas dos EUA, que amanheceram em queda por conta das falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que sinalizou que os juros continuam altos no país ainda por tempo indeterminado.
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No entanto, no fim do pregão, os índices norte-americanos fecharam mistos. O Dow Jones ficou praticamente no zero a zero, com queda de 0,01%, enquanto que o S&P subiu 0,37%, e o Nasdaq, 0,95%.
No Brasil, ações do setor imobiliário e do varejo foram as que mais sofreram impactos com o comunicado do Banco Central. Os papéis da Ez Tec (EZTC3) lideraram as baixas do Ibovespa nesta quinta, com 6,27% de queda, seguido por Alpargatas (ALPA4) (-5,41%), MRV (MRVE3) (-4,79%) e Minerva (BEEF3) (-4,55%).
Governo reage mal a Copom
A decisão do Banco Central de manter a posição inflexível em relação aos cortes na taxa de juros frustrou as expectativas do governo federal. Ontem à noite, antes de decolar da Itália para a França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista coletiva que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, “joga contra a economia brasileira”.
"Foram os senadores que colocaram o cidadão (Campos Neto) lá, tem que verificar se ele está cumprindo com o que tem de cumprir. Ele tem que ser cobrado. Acho que esse cidadão joga contra a economia brasileira. Ele não tem explicação, não existe explicação aceitável por que a taxa de juros está em 13,75%, Não temos inflação de demanda", disse o presidente.
Além de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se indignou com a decisão do Banco Central. O titular da pasta afirmou que há um “descompasso” entre a taxa de juros atual e a realidade econômica do país. “E aí você tem um impacto na bolsa, você tem impacto no varejo, você tem os impactos conhecidos. Então o descompasso, na minha opinião, é evidente e não dá para deixar de mencionar”, afirmou o ministro.
* Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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