O processo de desindustrialização prematura no Brasil não é normal, defendeu o economista José Luis Oreiro, professor adjunto do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB). O especialista participou, nesta terça-feira (20/6) do Correio Debate: Reforma tributária e a indústria, realizado pelo Correio Braziliense e pelo Conselho Nacional do Sesi (CN-Sesi).
“A reforma tributária é o primeiro passo para a reindustrialização, mas não é a solução final", destacou o economista, ao criticar que a indústria brasileira está sendo penalizada com alta carga tributária, o que leva o país a um processo inverso de industrialização.
Oreiro criticou as elevadas taxas de juros definidas pelo Banco Central — que hoje está em 13,75%. “A reforma precisa atuar para propiciar a redução da taxa de juros e também manter um câmbio baixo.”
Oreiro ressaltou ainda que a indústria no Brasil é tratada com diferença, em relação aos tributos pagos, e afirmou que o processo de desindustrialização brasileira não é natural, como ocorre em outros países de renda alta. De acordo com o economista, o Brasil está desmobilizando a força industrial há muitos anos, e um dos motivos é o fato de ser ela um dos setores que mais sofre com fiscalização e arrecadação de impostos. Com essa prática, a indústria se tornou mais primitiva, o que impacta diretamente na força de trabalho, porque uma das maiores consequências da desinstalação é a falta da geração da força de renda.
“A indústria recebe tratamento diferenciado de outros setores, é onde mais ocorrem fiscalização e tributo mais alto, por isso a necessidade de uma reforma para corrigir esse processo”, alerta o professor.
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