Meio ambiente

Emirados Árabes dizem querer celebrar fim da exploração de petróleo

Diretor-geral da Conferência do Clima da ONU de Dubai diz que país árabe pretende comemorar o fim da extração de petróleo no país

Henrique Lessa
postado em 15/06/2023 17:09
 (crédito: Henrique Lessa/ CB /DA Press)
(crédito: Henrique Lessa/ CB /DA Press)

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou nesta quinta-feira (15/6), em Brasília, um encontro econômico entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos (EAU). Participaram do evento o diretor-geral da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), Majid Al Suwaid, e a ministra de estado de cooperação internacional do país árabe, Reem Al Hashemi.

Al Suwaid falou sobre a necessidade de se acabar com os estereótipos sobre os países, apontando que o Brasil não é apenas florestas, e disse que os Emirados têm 70% da economia totalmente desvinculada da área do petróleo.

“Temos uma liderança comprometida em mudar nosso país, que recentemente disse que vamos em breve celebrar o nosso último barril de petróleo produzido. A COP tem que ser sobre isso, sobre como países desenvolvidos e países em desenvolvimento podem transformar suas economias e se transformar para um futuro de energia limpa”, apontou o diretor da COP 28.

A ministra Hashemi apontou a importância estratégica da parceria com o Brasil na área ambiental para alavancar as transformações necessárias que o mundo precisa. Lembrou dos laços entre os dois países, destino de uma visita em abril do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e destacou que o Brasil sediará, em 2025, a COP 30, na cidade de Belém, no Pará.

Mercado de carbono

O encontro teve a participação de representantes de 50 empresas emiradenses e de mais de 100 companhias brasileiras que apontaram a importância da participação do setor privado no desafio global de descarbonização da economia. Nesse sentido, uma melhor exploração e regulação dos mercados de carbono foi outro ponto central no debate.

Para o representante de Sustentabilidade da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Rodrigo Justus, a regulação de carbono não pode penalizar a produção do agro brasileira, mas financiar o setor para a adoção de práticas cada vez mais ecológicas. “Somos contrários a qualquer taxação pela emissão de carbono na agricultura, mas favoráveis ao financiamento para o setor ampliar a agricultura de baixo carbono”, apontou.

A conferência climática no país emirati ocorre no fim de novembro, em Dubai, com delegações de mais de 190 países, para discutir como acelerar a descarbonização da economia, ou seja, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, assim, atingir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.

CNI

A CNI, que representa o setor industrial brasileiro, participará da COP 28 como esteve nas edições anteriores em Glasgow, em 2021, e no Egito, em 2022, para discutir propostas e soluções para a aceleração desse processo de descarbonização da economia.

A entidade aponta quatro pilares nesse processo: a transição energética, o mercado de carbono, a economia circular e a conservação florestal. O setor industrial, segundo a CNI, tem obtido resultados importantes nesse processo, em especial nos setores responsáveis por um grande volume de emissões, como o do papel e celulose, aço, alumínio, cimento, químico e vidro.

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