Juros

"Selic vai voltar a cair em algum momento", diz diretor do BC

Segundo Mauricio Moura, embora tendência da taxa de juros seja de queda hoje, os próprios economistas preveem que Selic irá subir um pouco nos próximos meses, e voltar a cair em 2024

Fernanda Strickland
postado em 05/06/2023 17:12 / atualizado em 05/06/2023 17:16
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta da autarquia, Mauricio Moura, afirmou, durante live semanal do Banco Central (BC), nesta segunda-feira (5/6), que a taxa básica de juros (Selic) “vai voltar a cair em algum momento”, sem especificar um período.

Segundo ele, contudo, para isso acontecer, são necessários três fatores. O primeiro deles seria uma “inflação corrente mais baixa ou indicando queda à frente”. Moura ponderou que, embora a tendência seja de queda hoje, os próprios economistas preveem que ela irá subir um pouco nos próximos meses, e voltar a cair em 2024. O segundo vetor compreende as expectativas futuras. E o terceiro, o balanço de riscos.

O diretor do BC disse ainda que a decisão de política monetária não é tomada com base apenas em modelos. “Nós recebemos informações e cada membro define um pensamento e apresenta um voto”, reforçou, na live da autoridade monetária.

De acordo com Moura, no primeiro dia de Copom, os diretores e o presidente do BC recebem apresentações de equipes técnicas que mostram dados atualizados da economia doméstica e global. Já no segundo dia, pela manhã, há uma nova rodada de atualizações. À tarde, os oito diretores e o presidente se reúnem em uma sala e tomam suas decisões. “Nessa reunião fechada, participam os nove membros do Copom e um servidor do BC, que é o chefe do departamento de pesquisa econômica. Ele faz uma última apresentação sobre projeções de inflação”, acrescentou o diretor.

Inflação

O diretor do BC apontou também que a inflação alta é muito pior do que o juro elevado. “O juro é temporário, mantemos alto por um tempo para fazer com que a inflação comece a ir para o centro da meta que nos foi dada e depois da taxa de juros recua”, explicou. E comentou que a inflação “desarruma a casa”. “A inflação afeta o investimento, acaba com o emprego, corrói salário e aumenta a pobreza. O juro alto vem para rearrumar a casa, para continuar construindo.”

Moura disse ainda que ninguém gosta de juro alto, nem a população, os empresários, o governo ou o BC. “Fazemos isso porque é uma condição necessária para cumprir nossa meta”, justificou.

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