Trabalho

Desemprego fica estável em 8,5% no mês de abril, menor taxa desde 2015

Medição é referente aos meses de fevereiro a abril de 2023. No mesmo período do ano passado, a taxa foi de 10,5%

A taxa de desocupação no Brasil foi de 8,5% no trimestre móvel encerrado em abril de 2023. A variação de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, de novembro de 2022 a janeiro de 2023, demonstra estabilidade no índice, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira (31/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa é a menor taxa para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando o índice ficou em 8,1%. Em comparação com o mesmo período de 2022, a taxa de desocupação caiu 2 pontos.

“Essa estabilidade é diferente do que costumamos ver para este período. O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez”, explica Alessandra Brito, analista da pesquisa.

O professor da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) Raphael Moses observou que o mercado esperava que a porcentagem
fosse mais alta. “Historicamente, o trimestre móvel de fevereiro a abril costuma apresentar esse padrão, devido ao aumento da população desocupada, que ocorre principalmente pelo encerramento de contratos temporários firmados no final do ano. Analisando esse resultado de forma isolada, poderíamos pensar que as pessoas que tiveram seus contratos encerrados foram, então, absorvidas pelo mercado de trabalho, o que seria ótimo para o país”, disse Moses.


O número de pessoas ocupadas, de 98 milhões, entretanto, recuou 0,6% (ou menos 605 mil) na comparação com os resultados do trimestre terminado em janeiro. “Essa redução faz parte da tendência sazonal observada na série histórica. Quando se compara abril com janeiro, essa redução tem ocorrido, exceto no período da pandemia”, lembrou Brito, do IBGE.

O professor da UFRJ chamou a atenção para a população fora da força de trabalho, que cresceu 1% no trimestre. O grupo define aqueles que não estão trabalhando nem em busca de emprego. Segundo o especialista, é provável que as pessoas dispensadas após o término dos contratos temporários ainda não estejam buscando novos empregos. Com isso, elas não entram na estatística do desemprego. Moses acrescenta, ainda, que é cedo para confirmar mudanças no cenário geral do país. “A partir dos dados divulgados pela PNAD, é muito prematuro afirmar que a economia esteja se recuperando. A meu ver, a recuperação da economia e a volta dos investimentos das empresas dependem bastante da redução da taxa básica de juros do país e de consequente estímulo na concessão de crédito”, avaliou

Além disso, o número de pessoas ocupadas, de 98 milhões, recuou 0,6% (ou menos 605 mil pessoas) na comparação com os resultados do trimestre terminado em janeiro. “Essa redução faz parte da tendência sazonal observada na série histórica. Quando se compara abril com janeiro, essa redução tem ocorrido, exceto pelo período da pandemia”, lembra Brito.

Informalidade

Segundo os dados do IBGE, há ainda uma taxa de informalidade de 38,9% da população ocupada (ou 38 milhões de trabalhadores informais), ante 39% no trimestre anterior e 40,1% no mesmo trimestre do ano anterior.

A pesquisa ainda apresentou que o rendimento real habitual (R$ 2.891) ficou estável frente ao trimestre anterior e cresceu 7,5% em relação a 2022. A massa de rendimento real habitual (R$ 278,8 bilhões) também ficou estável frente ao trimestre anterior e cresceu 9,6% na comparação anual.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro