O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou o discurso em defesa da reindustrialização do país, ao participar da cerimônia de encerramento de evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, nesta quinta-feira (25/5), ele defendeu uma política industrial ativa e altiva.
"Temos que compreender que precisamos de uma política industrial ativa e altiva, como costuma dizer o Celso Amorim", disse o presidente, citando o seu assessor de assuntos internacionais e ex-ministro das Relações Exteriores nos dois primeiros mandatos.
No evento em comemoração ao Dia da Indústria, o presidente aproveitou a cerimônia para elogiar o agronegócio, afirmando que o setor é importante para o crescimento e o desenvolvimento do país, e é preciso que ele também seja forte, "para comprar máquinas da indústria para se modernizar".
O agronegócio, segmento que apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem demonstrado insatisfação com a volta de invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pelo país e de participação de Lula e de ministros em eventos da entidade sindical, algo que tem incomodado bastante os empresários segundo parlamentares da oposição.
De acordo com Lula, o Brasil precisa voltar a crescer com uma indústria forte, com tecnologias de ponta e com preocupação com a transição energética. Ele também defendeu investimentos no combate à pobreza e em educação, como escolas técnicas e universidades, a fim de aperfeiçoar a capacitação dos trabalhadores para o setor produtivo, que paga maiores salários e que eles sejam suficientes para consumir os produtos que a indústria fabrica.
O presidente voltou a afirmar que o povo tem que voltar a ter condições para conseguir se alimentar com pelo menos três refeições por dia. "Não vejo isso como gasto. Vejo como investimento necessário para termos competitividade", afirmou.
Na avaliação de Lula, que anunciou mais cedo um pacote de medidas para estimular o consumo de carros, prometendo subsídios de 10,95% para veículos de até R$ 120 mil, o preço dos carros no país e reafirmou que um carro que custa R$ 90 mil não é popular, é para a classe média. "A indústria automobilística tinha a previsão de produzir 6 milhões de carros em 2015. E a indústria hoje não tá produzindo mais de 2 mil carros. E nós sabemos que 60% dos veículos vendidos foram pagos à vista, porque não tem política de crédito para financiar o carro popular", lamentou.
Lula não poupou críticas ao atual patamar dos juros e ainda minimizou a mudança na medida provisória que cria a nova estrutura ministerial do governo, que esvaziou os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Originários. Para ele, isso "é normal" e, agora, é que o governo vai jogar e conversar com o Congresso.