O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou, nesta quinta-feira (25/5), recursos da ordem de R$ 20 bilhões para incentivar investimentos em inovação no país, durante um período de quatro anos. Segundo ele, os juros devem ser de 1,7% ao ano, com dois anos de carência.
O anúncio foi feito durante a abertura de um seminário promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para celebrar o Dia da Indústria, em São Paulo. Além disso, será aberta uma linha de financiamento destinada à indústria exportadora do país, nos moldes do que já é feito com o agronegócio, com redução do spread do banco (diferença entre o preço de compra e venda de ativo), para fomentar as exportações do setor industrial.
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“Estamos pagando R$ 2 bilhões e estamos reduzindo em 61% o spread do BNDES. Estamos indo para o osso. Estamos praticamente abrindo mão do spread do banco para ajudar a indústria a exportar”, declarou.
Mercadante lembrou das medidas anunciadas pelo BNDES de apoio ao agronegócio e destacou a importância de promover incentivos também para a indústria. “Não seremos uma nação desenvolvida sem indústria. Essa ideia de que somos a grande fazenda do mundo é muito boa e muito positiva, mas é a indústria que gera valor agregado, tecnologia, inovação, emprego qualificado e pesquisa. Mesmo os serviços dependem muito da indústria”, afirmou.
O presidente do banco disse também que a indústria brasileira precisa de um programa nos moldes do Plano Safra, programa de fomento à produção rural brasileira. “Precisamos, sim, de um Plano Safra para a indústria. Não me venham falar que subsídio é jabuticaba. Jabuticaba é ter a maior taxa de juros com uma das menores inflações do planeta. Subsídio, quando é transparente e bem aplicado, não é jabuticaba.”
Ele ainda aproveitou sua fala para voltar a pedir mudanças na Taxa de Longo Prazo (TLP), usada para corrigir os financiamentos da instituição. Atualmente, a TLP é calculada com base na inflação oficial mais os juros dos títulos públicos atrelados a índices de preços. Mercadante defende que a taxa seja calculada com base em uma média móvel da inflação, de forma a reduzir a volatilidade da inflação mensal.