Jornal Correio Braziliense
BANCO CENTRAL

FMI melhora projeção para PIB do Brasil e recomenda esforço fiscal 'mais ambicioso'

No âmbito fiscal, o FMI afirmou que apoia o esforço das autoridades de melhorar a posição fiscal do País

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou nesta terça-feira (16/5) a conclusão da visita de 2023 ao Brasil. No âmbito fiscal, o relatório afirmou que apoia o esforço das autoridades de melhorar a posição fiscal do país, mas recomenda um esforço “mais ambicioso” para além de 2026, último ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Fundo também está mais otimista com o desempenho do Brasil neste ano e vê a economia doméstica ganhando tração a partir de 2024.

Segundo o relatório, o FMI espera que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 1,2% em 2023, melhor que a sua estimativa anterior, de alta de 0,9%. Em 2022, a expansão foi de 2,9%. “O crescimento da economia está moderando, mas espera-se que ganhe força a partir do próximo ano. As projeções indicam uma moderação do crescimento, de 2,9% em 2022 para 1,2% em 2023. Projetamos uma melhora do crescimento para 1,4% em 2024 e 2% no médio prazo”, disse.

Para o FMI, a inflação deve convergir para a meta até meados de 2025. “Baixar a inflação é crucial para proteger as famílias vulneráveis, que são as mais prejudicadas pela inflação alta. A política monetária é consistente com a redução da inflação para a meta, em linha com o regime de metas para a inflação, que tem servido bem ao Brasil”, observa o relatório.

“As perspectivas econômicas estão sujeitas a riscos de deterioração da conjuntura. No entanto, os fortes amortecedores, como a solidez do sistema financeiro, elevadas disponibilidades de caixa e um nível adequado de reservas internacionais, ajudam a resiliência da economia”, pontuou. O Fundo afirma que apoia “fortemente” o compromisso das autoridades em melhorar a posição fiscal brasileira.

“Reconhecendo a necessidade de preservar a sustentabilidade da dívida, as autoridades almejam um superávit primário de 1% do PIB até 2026. O corpo técnico recomenda um esforço fiscal mais ambicioso que continue além de 2026 para posicionar a dívida numa trajetória firmemente descendente e, ao mesmo tempo, proteger os gastos sociais e de investimento, com o apoio de um arcabouço fiscal reforçado, uma maior ampliação da base tributária e reformas que enfrentem a rigidez dos gastos. A aprovação do projeto de reforma tributária das autoridades simplificaria consideravelmente o regime tributário e poderia aumentar o produto potencial”, disse o relatório.