Com o aumento dos garimpos ilegais de ouro em territórios inapropriados, como reservas indígenas, o setor dedicado à produção legal se reinventa, com técnicas que permitem maior rastreabilidade para identificar a procedência do metal. Empresas que gerenciam refinarias investem cada vez mais em tecnologias para suprir essa necessidade, como é o caso da North Star, que, em breve, vai inaugurar uma nova refinaria em Belém (PA), prometendo modernidade e sustentabilidade.
A empresa contará com um Selo Amarelo para certificar as mineradoras que serão atendidas pela nova refinaria de metais preciosos e garantir a boa procedência dos produtos.
"Tudo o que entrar e sair vai ter uma codificação na própria barra, seja para uma indústria de jóias, seja para exportação, de modo a identificar todo o caminho e a auditoria do ouro. Cada grama que sair terá essa identificação", explica o CEI da empresa, Maurício Gaioti.
O executivo será um dos participantes do Correio Debate, na próxima terça-feira (16/5), que terá como tema Os Caminhos do Ouro. A live será transmitida pelas redes sociais do Correio Braziliense, em tempo real.
O esforço da North Star faz parte de uma estratégia para garantir que o ouro produzido tenha confiabilidade, tanto no fornecimento ao mercado interno quanto na exportação. "Com esse preparo, por meio dessa tecnologia, o ouro é padronizado e pode ser fornecido para as principais bolsas nacionais, para indústrias de tecnologia, que o utilizam como insumos para a fabricação de outros produtos. Então, a gente purifica, padroniza, cria ligas metálicas para a indústria joalheira", destaca Gaioti.
Com a divulgação no exterior das notícias sobre exploração ilegal de ouro, nos últimos anos, o Brasil busca superar a má fama e ser reconhecido como bom produtor de metais preciosos. Atualmente, o país é o 13º maior produtor de ouro no mundo, segundo o estudo Mineral commodity summaries 2019. Para o presidente da Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso, Gilson Camboim, que também estará presente no Correio Debate, o Brasil tem capacidade para expandir a produção.
- Debate promovido pelo Correio aponta caminhos para preservar Brasília
- Correio Talks debate como a reforma tributária pode ser mais justa para todos
- Correio promove debate sobre a preservação do patrimônio de Brasília
Diversidade
"O país tem capacidade de subir muito no ranking da produção mineral, até porque tem uma diversidade muito grande de bens minerais. Quando se fala de atividade garimpeira, não é só ouro. Temos vários outros bens minerais que são de relevância para o país", comenta.
Contudo, Camboim acredita que o cenário ainda não é muito positivo, e cita as agências reguladoras como principais entraves para a expansão do comércio legal de ouro no país e a exportação do produto. Segundo ele, a falta de profissionais na Agência Nacional de Mineração (ANM) contribui para esses desafios.
"A ANM está desfalcada de profissionais e operando, praticamente, com apenas 30% da sua capacidade técnica. Ela está desfalcada em questão de recursos e também de igualdade salarial", avalia.
*Estagiário sob a supervisão
de Odail Figueiredo