A desigualdade no Brasil caiu em 2022 e atingiu o menor nível da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua – Todos os rendimentos, que começou em 2012. Segundo especialista do IBGE, o resultado se dá graças ao aumento do valor do Auxílio Brasil em ano eleitoral e melhora no mercado de trabalho.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (11/5), os dados do índice de Gini do rendimento domiciliar per capita, um indicador de desigualdade, que mostra a queda de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022. O número ficou abaixo também de 2019, quando era 0,544. O Índice Gini mede a concentração da distribuição de renda e quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade. E, quanto mais perto de zero, menor é a desigualdade.
Entre os 5% mais pobres, a renda média mensal per capita foi de R$ 87 em 2022. Esse valor representa uma expansão de 102,3% em relação aos R$ 43, de 2021. Na faixa seguinte, entre os 5% e os 10% com menores rendimentos, o aumento foi de 47,5%, para R$ 239. O grupo dos que têm renda entre 10% e 20% mais pobres, por sua vez, teve alta de 22,7%, para R$ 378.
Entre a população com maior poder aquisitivo, no grupo entre os 95% e os 99% mais ricos, o aumento da renda foi de 0,5%, para R$ 6.882. Na faixa entre 90% e 95% mais ricos, o crescimento foi de 5,8%, para R$ 3.901. No grupo entre 80% e 90% com maiores rendimentos, houve uma gradação de 7,4%, para R$ 2.521.
O rendimento médio mensal real domiciliar per capita brasileiro chegou a R$1.586 em 2022, com alta de 6,9%se comparado a 2021, com R$ 1.484,o menor valor da série histórica iniciada em 2012. Por isso, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% ante 2021, para R$ 339,6 bilhões.
A analista do IBGE e responsável pela pesquisa, Alessandra Brito, credita a esse movimento de renda, o aumento do valor do Auxílio Brasil em ano eleitoral e a melhora do mercado de trabalho, com o aumento da população ocupada, que cresceu 8,8%, e da massa de rendimentos do trabalho, de 6,6%, para R$ 253,1 bilhões por mês.
"Muitas pessoas voltaram para o mercado de trabalho, os muito pobres estão recebendo um auxílio que se compara ao auxílio emergencial em valor, e o 1% mais rico teve uma pequena redução no rendimento”, sintetiza Brito.