A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) divulgou, nesta quarta-feira (10/5), por meio do Ranking Abad, que houve um aumento de 17% no consumo do setor, atingindo a marca de R$ 701,1 bilhões em vendas totais. O levantamento foi feito por meio de coleta de dados em 650 estabelecimentos do país durante os meses de fevereiro e março deste ano.
Em relação ao faturamento total, os atacados tiveram aumento de 24% nesse indicador no ano passado. Com isso, o número atingiu R$ 231,4 bilhões em 2022. Além disso, a área ocupada por armazéns e frigoríficos aumentou em 13,7%, e chegou a 5.118.247 m². Também houve crescimento no número de funcionários administrativos empregados no setor, que variou positivamente em 12,3%, de 2021 para 2022, e atingiu a marca de 200 mil trabalhadores.
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O único índice divulgado pelo estudo que registrou queda foi o número de frota própria, que apresentou recuo de 10,1% no ano passado. No entanto, a diminuição desse item foi compensada pelo aumento da frota terceirizada, que, em 2022, expandiu 24,5%, e superou, em quase 3 mil, a quantidade de frota particular. No geral, a participação do setor atacadista teve um ligeiro aumento no ano passado, de 51,3% em 2021, para 52% em 2022.
SP fatura quatro vezes mais que o 2º colocado
O estado brasileiro que mais se destacou no faturamento anual no último ano foi São Paulo, que atingiu R$ 82 bilhões, e superou por muito o segundo colocado, Minas Gerais, que obteve faturamento de R$ 20 bilhões. Em seguida, aparece Santa Catarina (R$ 18 bi), Rio de Janeiro (R$ 16 bi) e Paraná (R$ 11 bi). O Distrito Federal ficou na sexta colocação, com R$ 11 bilhões de faturamento total, de acordo com o ranking.
Entre as empresas atacadistas nacionais, a que mais faturou no ano passado foi o Atacadão, que performou bem acima dos concorrentes, representando 32,2% do faturamento total do setor no país. Ao desconsiderar o primeiro colocado, o levantamento indicou que 37 players do mercado respondem por 50% de todo o faturamento de atacadistas no Brasil.
As expectativas para este ano revelam otimismo no setor. Mais de 70% dos atacadistas que participaram da pesquisa acreditam que o faturamento da empresa irá aumentar neste ano. Para 69,8% dos respondentes, a base de clientes deve aumentar em 2023. Além disso, 54% acreditam em um aumento no volume de itens comercializados dentro dos estabelecimentos.
Para o economista e consultor da BTR, Eduardo Terra, a perspectiva para o consumo nos setores de varejo e atacado no Brasil, em 2023, ainda segue sem direção definida, e os atacadistas devem ficar atentos ao ritmo da inflação e ao cenário de taxa de juros alta. “Seja pela taxa de juros, que corrói a renda do consumidor para baixo, seja pela inflação que, principalmente no ano passado, destrói o poder de compra, a renda é uma aspecto para a gente observar”, observa.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro