DIA MUNDIAL SEM TABACO

Fumantes brasileiros comprometem 8% da renda familiar per capita em cigarro

Levantamento do Inca mostra impacto do consumo de cigarro na renda; jovens e menos escolarizados apresentam percentuais ainda maiores

Estado de Minas
postado em 31/05/2023 12:32 / atualizado em 31/05/2023 15:11
 (crédito:  Freepik/Divulgação)
(crédito: Freepik/Divulgação)

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelou que os fumantes brasileiros consomem cerca de 8% da renda familiar per capita em cigarros industrializados. O estudo, divulgado no Dia Mundial sem Tabaco, nesta quarta-feira (31/5), aponta que entre os mais jovens, pessoas com menor escolaridade ou moradores de estados mais pobres, o percentual pode ser ainda maior. Os dados foram obtidos a partir da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.

O pesquisador André Szklo, da divisão de pesquisa populacional do Inca, foi um dos autores do relatório e destaca que esses números reforçam a necessidade de uma reforma tributária voltada para a política de preços e impostos dos produtos derivados do tabaco. Desde 2016, não há reajuste na taxação desses itens, tampouco aumento no preço mínimo praticado.

O estudo também analisou o gasto com cigarros por estado brasileiro, identificando que o Acre apresenta o maior percentual, com cerca de 14% da renda familiar per capita direcionada ao consumo de cigarros. Por sua vez, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal registraram os menores valores médios, com 6%. Entre os jovens de 15 a 24 anos, o gasto com cigarros é de aproximadamente 10% da renda per capita do domicílio, acima da média nacional.

Outro dado relevante do levantamento é que pessoas que não concluíram o ensino fundamental comprometem cerca de 11% do orçamento com o consumo de cigarros. Szklo afirma que a parcela de indivíduos que permanecem fumando ou que iniciam o comportamento, especialmente entre os jovens, se deve ao acesso a produtos baratos.

O pesquisador ressalta a importância de aumentar os preços dos cigarros como forma de desestimular o hábito de fumar, associado a diversos problemas de saúde. Essa lógica, já comprovada em estudos no Brasil e em outros países, é uma das medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater o acesso ao produto.

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