Conjuntura

IGP-M tem deflação de 1,84% em maio, e acumula queda de 4,47% em 12 meses

Resultado foi alavancado pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que teve a maior queda (2,72%) na série histórica

Raphael Pati
postado em 30/05/2023 13:39 / atualizado em 30/05/2023 13:40
 (crédito: Wenderson Araujo/Trilux)
(crédito: Wenderson Araujo/Trilux)

O Índice Geral de Preços - Mercado apresentou nova queda neste mês de maio. Desta vez, o indicador medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou deflação de 1,84%, se comparado com o mês anterior. Com isso, o índice já acumula queda de 2,58%, somente em 2023, e de 4,47%, nos últimos 12 meses.

O economista da FGV, André Braz, coordenador da pesquisa, explica que o resultado do mês de maio reflete a queda recente no preço de grandes commodities, como milho, soja e minério de ferro. Segundo o economista, além do aumento da oferta desses produtos, a desaceleração de grandes economias, com o consequente aumento nas taxas de juros no Brasil e em outros países, ajuda a esclarecer a queda do índice.

“A gente sabe que juro alto tem um efeito colateral de desacelerar a atividade econômica e isso também diminui a demanda por uma série de insumos, dentre eles essas grandes commodities, e esse comportamento ajuda a frear a inflação ao produtor”, comenta o coordenador.

Mesmo assim, o economista avalia que a queda poderia ser maior, não fosse o processo inflacionário de outros setores, como o de serviços e o de bens duráveis, que ainda seguem em alta nos preços de seus produtos.

Deflação ainda maior para o produtor

O IGP-M é calculado através da média entre os índices de preços ao Produtor Amplo (IPA) e ao Consumidor (IPC), além do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Neste mês, o IPA registrou a maior queda em toda a série histórica, ao recuar 2,72%, e contribuiu para mais um mês de queda no IGP-M. Os outros índices tiveram leve alta. O IPC subiu 0,48%, enquanto que o NCC subiu 0,40%.

André Braz lembra que, como o Índice do Produtor responde por 60% do índice geral, a tendência é que os próximos meses ainda sejam de queda nos preços. “É um processo que vai durar, pelo menos, por mais uns dois meses. A estimativa é de que esses preços continuem bem comportados, ainda, pelos próximos meses, aumentando a chance desse efeito também ajudar a conter a inflação ao consumidor”, explica.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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