O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a medida do governo para reduzir o preço dos carros populares não é um programa de longo prazo, mas pode ajudar a conter o fechamento de fábricas automotivas. "Estou falando de um programa que vai durar de três a quatro meses, não de uma coisa estrutural, mas que pode segurar o fechamento de plantas nessa transição. Você segura a onda no momento que está difícil para o setor", declarou, em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (26/5).
Haddad disse acreditar que a taxa de juros no Brasil vai cair e que o programa de redução de preços de veículos é uma transição até que essa queda favoreça o barateamento do crédito. "Nós acreditamos que comece brevemente o ciclo da redução da taxa de juros no Brasil. O próprio presidente do Banco Central tem dito que as coisas estão se alinhando nessa direção. Portanto, é um período de transição que eu acredito ser bastante curto", afirmou.
O ministro repercutiu ainda a falta de cálculo do impacto fiscal da medida: "Era para ter feito a conta até 25 de maio, Dia da Indústria. Não foi possível, porque é muita conta para fazer. E aí o presidente nos deu um prazo de até 15 dias", declarou o ministro, que disse que pretende entregar o impacto da isenção antes deste prazo, possivelmente na próxima semana.
Ele negou que a renúncia fiscal será de R$ 8 bilhões, como calculou uma consultoria de automóveis. Segundo o ministro, o valor não deve chegar a R$ 2 bilhões. "Nem passa perto disso. Não temos condição de acomodar", disse, ao descartar a possibilidade de que a medida dure 12 meses, como defendeu a associação que representa os fabricantes.
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