O Indicador de Custos Industriais (ICI) apresentou aumento de 10,7% em 2022 na comparação com 2021. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (25/5) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), dentre os componentes do índice, os custos de produção tiveram alta de 14,4%, enquanto o de capital avançou 35,8%, impulsionando os custos totais da indústria brasileira para cima.
Já o custo tributário teve queda de 13,0% no período, devido às desonerações de PIS/Cofins sobre combustíveis e redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre alguns produtos industriais fabricados no Brasil.
O levantamento apontou que os custos de produção foram afetados, sobretudo, por acontecimentos internacionais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, e consequente aumento nos preços de insumos e de commodities energéticas, principalmente nos dois primeiros trimestres de 2022. "O terceiro e o quarto trimestres foram marcados pela influência de fatores internos no custo de produção, como o aumento dos custos com pessoal", destacou a analista de políticas industriais da CNI, Paula Verlangeiro.
- Produção industrial cresceu 1,1% entre fevereiro e março, aponta IBGE
- Alckmin adianta anúncio de medidas de apoio à indústria
- Pacote de apoio à indústria e a montadoras terá crédito do BNDES
O custo com capital, medido pela taxa de juros para capital de giro, apresentou crescimento de 35,8% na comparação de 2022 com 2021. A alta, de acordo com o levantamento, ocorreu devido aos sucessivos aumentos da taxa básica de juros (Selic), que subiu de 9,25% ao ano, no fechamento do quarto trimestre de 2021, para 13,75% ao ano, no fechamento do quarto trimestre de 2022.
A pesquisa Sondagem Industrial da CNI destacou que as taxas de juros têm sido apontadas como problema relevante para a indústria brasileira. O setor afirma que a Selic no patamar atual contribui para o encarecimento do custo do crédito para os empresários e influencia decisões como investimento e compra de maquinário.
O custo com energia aumentou 23% em 2022 em relação a 2021. O aumento é resultado da alta de todos os componentes do indicador: 35,1% para o óleo combustível, 58,4% para o gás natural e 1,2% para a energia elétrica no período.
Na comparação do quarto trimestre com o terceiro de 2022, houve queda de 3,7% no custo de energia, após um longo período de aumento nos custos. Esse resultado ocorreu devido aos recuos de 8,5% no custo com óleo combustível e de 4,1% no custo com gás natural. Nesse período, a energia elétrica subiu 0,5%.
Rendimento
O custo com pessoal, medido pelo rendimento médio do trabalhador da indústria, aumentou 11,8% na comparação anual. O resultado pode ser explicado pelo avanço do número de pessoas ocupadas e pela recuperação do rendimento médio, fatores que marcaram o mercado de trabalho em 2022. As sucessivas altas do rendimento médio ao longo de 2022 geraram um aumento de 13,4% na massa salarial, enquanto o emprego avançou apenas 1,4% na comparação de 2022 com 2021.
A pesquisa também aponta que o índice de lucratividade da indústria teve aumento de 4,6% em 2022 em relação a 2021. O resultado é fruto da elevação de preços das mercadorias vendidas pela indústria de transformação (+15,8%) maior que o aumento dos custos da indústria no mesmo período, de 10,7%. A indústria brasileira também ganhou competitividade no mercado doméstico. O índice que mede a competitividade teve incremento de 1,8%. Segundo a CNI, isso é decorrente de uma alta de preços dos bens importados superior aos custos da indústria brasileira no período.
Saiba Mais
- Economia IPCA-15: prévia da inflação indica aumento de 0,51% em maio
- Cidades DF Com gasolina vendida a R$ 3,83, motoristas fazem fila para abastecer
- Cidades DF 13º do INSS: Cerca de 355 mil brasilienses começam a receber hoje (25/5)
- Economia Custos industriais apresentam alta de 10,7% em 2022, aponta CNI
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.