A prévia da inflação teve uma alta de 0,51% em maio, 0,06 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em abril (0,57%). No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quinta-feira (25/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula alta de 3,12% e, em 12 meses, de 4,07%, abaixo dos 4,16% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2022, a taxa foi de 0,59%.
Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em maio. As maiores influências no índice vieram dos grupos Alimentação e bebidas e Saúde e Cuidados Pessoais.
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Os preços de Alimentos e bebidas tiveram influência de 0,20 p.p. no índice geral e avançaram 0,94%, puxados pela alta na alimentação no domicílio (1,02%), com o leite longa vida (6,03%) exercendo o maior impacto positivo no mês (0,05 p.p.), além de altas nos preços do tomate (18,82%), da batata-inglesa (6,60%) e do queijo (2,42%). No lado das quedas, os destaques foram o óleo de soja (-4,13%) e as frutas (-1,52%).
A alimentação fora do domicílio passou de 0,55% em abril para 0,73% em maio. O lanche avançou de 0,82% em abril para 1,08% em maio, enquanto a refeição (0,46%) registrou resultado inferior ao do mês anterior (0,52%).
Outro ponto observado no IPCA-15 foi a influência de 0,20 p.p. do grupo Saúde e cuidados pessoais, que apresentou alta de 1,49%. Os produtos farmacêuticos tiveram alta de 2,68%, após autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março. Os itens de higiene pessoal tiveram aceleração de 0,35% em abril para 1,38% em maio, motivados, principalmente, pelos perfumes (2,21%).
O economista Frederico Avril, sócio fundador da Septem Capital, afirmou que o principal impacto veio das passagens aéreas que caíram 17,26% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do governo. “As passagens aéreas possuem uma sazonalidade muito marcante. Meses de férias ou com bastante feriados costumam apresentar altas mais fortes nos preços”, disse. “Este item foi a principal pressão para baixo no índice: respondeu por -0,12 ponto percentual da taxa de 0,51% do IPCA-15. significa que a alta teria sido de 0,63% e não 0,51% se os preços de passagens aéreas tivessem permanecido estáveis”, explicou.
De acordo com Avril, o quadro geral para a inflação melhorou no último mês e podemos ter novas surpresas positivas com a inflação nos próximos meses. “Teve surpresa mais disseminada nos serviços, com destaque para aluguel, serviços pessoais e consertos em geral. Nos bens, fraqueza além sazonalidade no vestuário e artigos de residência”, pontuou.
Passagens aéreas
No grupo Transportes (-0,04%), a variação negativa foi puxada pela queda de 17,26% nos preços das passagens aéreas, maior influência negativa em maio (0,12 p.p.), após alta de 11,96% em abril. Nos combustíveis (0,12%), houve queda nos preços do óleo diesel (-2,76%), do gás veicular (-0,44%) e da gasolina (-0,21%), enquanto o etanol subiu 3,62%.
Ainda em Transportes, as tarifas de metrô (1,97%) sofreram reajuste de 6,15% no Rio de Janeiro (5,67%), a partir do dia 12 de abril. A alta de 2,71% em ônibus urbano deve-se aos reajustes de 33,33% em Belo Horizonte (24,00%), a partir de 23 de abril, e de 15,75% em Fortaleza (1,38%), a partir de 19 de março.
Habitação
No aumento de 0,43% do grupo Habitação, destaca-se a alta da energia elétrica residencial (0,51%), devido a reajustes aplicados em três áreas de abrangência do índice: em Salvador (5,82%), onde houve reajuste de 8,28% a partir de 22 de abril; em Fortaleza (2,20%), onde o aumento de 4,85% foi aplicado a partir da mesma data; e em Recife (0,05%), onde a alta de 8,33% teve vigência a partir de 14 de maio.
A alta de 1,24% na taxa de água e esgoto pode ser entendida pelos reajustes aplicados em três áreas: de 7,02% em Goiânia (7,02%), a partir de 1º de abril, e que não havia sido incorporado no IPCA-15 de abril; de 11,20% em Recife (6,31%), a partir de 28 de abril; e 9,56% em São Paulo (1,79%), a partir de 10 de maio.
Já a variação de gás encanado (0,83%) é explicada pela apropriação residual do reajuste tarifário e pela mudança na forma de cobrança em Curitiba (6,80%), a partir de 1º de fevereiro, e que não havia sido incorporada no IPCA-15 de março. Além disso, houve redução tarifária de 0,59% no Rio de Janeiro (-0,27%), a partir de 1º de maio.
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