A maioria dos motoristas e entregadores por aplicativo, cerca de 75%, preferem a autonomia em vez de ter um vínculo tradicional com as normas previstas na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) mostra a pesquisa Futuro do trabalho por aplicativo, feita pelo Datafolha e encomendada por Uber e iFood. O levantamento entrevistou 1.800 motoristas e 1.000 entregadores por aplicativo, sendo 94% homens e 4% mulheres.
Nove a cada 10 dos ouvidos preferem o modelo de trabalho por aplicativo por garantir a autonomia e liberdade de decidir o horário e poder recusar pedidos de viagens e entregas, além de poderem utilizar mais de um aplicativo. Além disso, 83% dos entregadores e 74% dos motoristas sinalizaram que desejam continuar a trabalhar com os aplicativos de mobilidade e entrega mesmo sem a regularização do serviço com vínculos de trabalho prevista na CLT.
A pesquisa também mostrou que 84% dos entrevistados são chefes de família, e tem em média três pessoas dependendo do salário. Além disso, 51% dos trabalhadores têm o aplicativo como a única renda e 49% usam como complemento.
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Entre os benefícios ofertados por outros trabalhos formais, apenas um supera a barreira dos 50% de interesse entre os trabalhadores por aplicativo: a Previdência Social (INSS) — sendo o interesse de 57% entre os motoristas e 53% entre os entregadores. De acordo com o ponto de vista dos trabalhadores sobre os direitos e benefícios, 9 a cada 10 preferem certos direitos desde que se mantenha a flexibilidade. “É preciso garantir certos direitos e benefícios aos trabalhadores de aplicativos, desde que não interfiram na flexibilidade (ou seja, desde que se possa continuar trabalhando quando, como e com qual plataforma quiser, sem necessidade de agendamento obrigatório e comunicação com as plataformas)", diz trecho da pesquisa.
Mais números
De acordo com os dados, seis a cada 10 profissionais fazem contribuições ao INSS ou possuem previdência privada. 34% dos entregadores e 26% dos motoristas fazem contribuições ao INSS e estão cobertos pela previdência social como empregado de uma empresa privada ou do setor público. Enquanto isso, 26% dos motoristas e 24% dos entregadores fazem contribuição ao INSS e estão cobertos pela previdência social por conta própria.
10% dos motoristas e entregadores não fazem contribuição ao INSS e não estão cobertos pela previdência social, mas tem um plano de previdência privada. Mas a maior parte dos motoristas, 37% e 32% dos entregadores não fazem contribuição ao INSS e não estão cobertos pela previdência social e não têm um plano de previdência privada. Entre os motivos de não estarem inscritos na previdência social, a principal razão é o valor da mensalidade, burocracia e falta de conhecimento sobre o assunto.
Entretanto, sete a cada dez tem interesse em contribuir caso a plataforma recolhesse automaticamente, sendo 69% entre os motoristas e 63% entre os entregadores.
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