reunião do G7

Lula deve reiterar apelo por ajuda à Argentina na reunião do G7

Uma das pautas levadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao encontro do G7 deve ser a crise na Argentina

Rafaela Gonçalves
postado em 20/05/2023 03:55 / atualizado em 20/05/2023 12:36
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

Uma das pautas levadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao encontro do G7 deve ser a crise na Argentina. Como adiantou o ministro da Fazenda Fernando Haddad em reunião dos ministros de Finanças do grupo, no início deste mês, o socorro ao país vizinho tem sido colocado como prioridade, pois existe a expectativa de que a crise seja agravada por uma seca histórica que ameaça derrubar em 20% as exportações do país vizinho.

No começo deste mês, durante um encontro em Brasília com o presidente argentino Alberto Fernández, Lula manifestou a intenção de buscar soluções que garantam a segurança dos empresários brasileiros que exportam para a Argentina, que, com reservas em dólar reduzidas, tem tido dificuldades de honrar as transações comerciais.

Dados levantados pela Vixtra, fintech de comércio exterior, junto à Secretaria de Comércio Exterior, mostram que, de 2013 a 2022, as exportações do Brasil para a Argentina caíram de US$ 19,6 bilhões para US$ 15,3 bilhões.

Neste ano, a cúpula do G7 deve discutir justamente os problemas causados pela inflação e o alto endividamento das nações em desenvolvimento. Diante do quadro, Lula elegeu como uma de suas prioridades nos encontros com os líderes ajudar a Argentina a renegociar as condições do empréstimo de US$ 44,5 bilhões contraído com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2018. Os Estados Unidos são os maiores colaboradores do fundo.

Para o professor de Relações Internacionais Marcus Vinícius de Freitas, Lula pode até querer intermediar condições melhores de empréstimo ou financiamento à Argentina, mas não encontrará boa vontade por parte dos membros do grupo. "No momento, o G7 tem duas prioridades: conter a ascensão chinesa e impedir que a Rússia vença o conflito na Ucrânia. Estes dois assuntos são os mais relevantes da pauta, e Lula pode ter pouco a contribuir efetivamente para qualquer uma das situações", avaliou.

Segundo Freitas, o protagonismo do país em questões de política externa deve ser resultado de uma estratégia de curto, médio e longo prazos. "Não é algo relacionado a um voluntarismo presidencial ou diletantismo de alguns membros do governo, que pretendem obter mais destaque pessoal do que a construção de uma diplomacia capacitada. O Brasil tentará, aqui e ali, exercer uma liderança regional, mas é, de fato, um líder regional sem seguidores", afirmou.

Ainda existe a expectativa de que o ministro da Fazenda retorne à China, a pedido de Lula, ainda neste mês, para discutir alternativas de socorro à Argentina. Haddad deve ter uma reunião com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o Banco do Brics, com sede em Xangai, comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff.

 


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