Iniciada em 2008, a AgroBrasília é uma das principais feiras de agronegócio do Brasil. A edição deste ano, que começa na próxima terça-feira, dia 23, e vai até 27 de maio, tem como tema Tecnologia e Sustentabilidade. Uma das principais expositoras do evento é a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). Em entrevista ao CB.Agro, parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília, a diretora-executiva da empresa, Loiselene Trindade, detalhou as novidades que serão apresentadas no evento. No estande da Emater-DF, os visitantes poderão conhecer a produção de agricultores familiares e percorrer oito circuitos tecnológicos, sobre olericultura, bovinocultura, aquicultura, floricultura, fruticultura e saneamento rural. Além disso, também abordam segurança alimentar e nutricional.
O que a Emater está trazendo para os produtores rurais na Agrobrasília?
Estamos num espaço de cinco hectares com oito circuitos tecnológicos, nos quais vamos mostrar as principais tecnologias que podem ser utilizadas pelos nossos produtores — desde a floricultura ao turismo rural. Temos a área de bovinocultura, com as novas oportunidades em termos de fornecimento de alimentação. A questão dos vinhos, que tem sido muito debatida. o uso de bioinsumos. São diversos espaços, diversas tecnologias, com o tema da sustentabilidade.
O que são os circuitos tecnológicos?
São pequenos espaços onde nosso técnicos ficam à disposição durante o período da feira. Nesse circuito, o produtor tem a oportunidade de conhecer as tecnologias relacionadas ao tema principal. Por exemplo, na questão da floricultura, será mostrado como produzir flores de maneira associada ao turismo rural. O produtor consegue observar as tecnologias envolvidas, desde a área de irrigação, à parte de fertilidade.
Como tem sido a receptividade às inovações?
Há produtores mais antigos que têm um pouco de resistência. Mas temos os filhos dos produtores, e o grande trabalho com a nossa juventude rural é difundir a tecnologia. Os jovens ficam extremamente interessados e ajudam a família. A presença da família nas atividades de campo é muito forte. Então, a gente vai quebrando essa resistência. É uma evolução, um trabalho às vezes de formiguinha, de insistência técnica, mais que de assistência. E a gente tem observado uma mudança dos conceitos dos nossos agricultores, porque a população pede um produto de melhor qualidade, visualmente mais bonito, com uso de menos agrotóxicos, mais saudável.
Qual é o foco que vocês estão dando aos bioinsumos e à questão da sustentabilidade?
Nós vamos ter a oportunidade de ver, em uma das unidades o uso de técnicas como a rochagem, e outras formas de reduzir o custo de produção. Muitos desses biofertilizantes ou bioinsumos podem ser aplicados no solo, até mesmo no controle de pragas e doenças de uma forma mais orgânica. Então, a gente tem essa oportunidade, menos tóxica.
E sobre as creches rurais, como a Emater-DF está trabalhando isso?
Nas creches rurais, todo o governo do Distrito Federal trabalhou — as secretarias de Educação e de Agricultura, a Novacap e a Terracap. É um esforço conjunto para levar para a mulher do campo a visibilidade, o direito, tanto quanto nós temos na cidade, de ter acesso a essa política pública. Provavelmente, nós teremos, em junho, a inauguração de duas creches no Jardim do Pipiripau, que já estão prontas.Elas vão atender cerca de cem crianças cada uma. O objetivo maior é dar às mulheres a possibilidade de ir ao campo de forma digna, sabendo que seus filhos estão sendo bem cuidados.
Qual é o projeto da Emater-DF sobre saneamento rural?
Esse projeto vem de há muito tempo. A partir de 2019, começamos a implantação. É um projeto que ainda depende de emenda parlamentar, mas estamos trabalhando com alguns parceiros, como a Caesb. A gente está falando de qualidade de vida e qualidade do nosso alimento. Então, é levar para a área rural o direito ao saneamento, a fossas sépticas, fossas de esgotamento sanitário. Isso reduz o aparecimento de doenças básicas e, principalmente, melhora a qualidade do alimento. Porque a gente está falando em redução de contaminantes no lençol freático, que é usado na irrigação.
Fale um pouco da evolução da AgroBrasília, que está completando 15 anos.
A feira começou em 2008, quando produtores e técnicos da Emater e da Secretaria da Agricultura se juntaram na região do PAD/DF para fazer uma feira, mostrar a produção e atrair empresas de insumos e equipamentos. A gente não tem grandes empresas dessas no Distrito Federal. No início, a Emater tinha uma área pequenininha e, hoje, chegamos a cinco hectares. Hoje, são em torno de 500 expositores.
Como o produtor rural pode ter acesso aos serviços da Emater?
A Emater-DF tem 16 escritórios descentralizados, distribuídos em todo o DF. O primeiro passo é procurar um desses escritórios, onde temos engenheiro agrônomo, veterinário, técnico agrícola, economista doméstico, tudo para fazer esse atendimento multidisciplinar, esse olhar para a propriedade. E nós estamos no site @Emater, pelo Instagram, em todas as redes sociais nós temos @EmaterDF. O produtor pode fazer um agendamento para receber a visita de um técnico, que faz uma avaliação da propriedade e, a partir daí, o trabalho passa a ser parceria. A Emater trabalha desde a área de produção até a questão da aposentadoria do produtor rural.
Saiba Mais
*Estagiária sob a supervisão
de Odail Figueiredo
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