combustíveis

Consumidores ainda não encontraram nas bombas a redução no combustíveis

Após a Petrobras anunciar, na última terça-feira, mudanças na política de preços e cortes nos valores dos combustíveis entregues às refinarias, consumidores reclamaram que ainda não houve alteração significativa nos valores das bombas

Raphael Pati*
postado em 18/05/2023 03:55
 (crédito: Raphael Pati/CB/D.A Press)
(crédito: Raphael Pati/CB/D.A Press)

Após a Petrobras anunciar, na última terça-feira, mudanças na política de preços e cortes nos valores dos combustíveis entregues às refinarias, consumidores reclamaram que ainda não houve alteração significativa nos valores das bombas. A expectativa era de uma redução de R$ 0,29 na gasolina e de R$ 0,39 no diesel. No entanto, para quem foi abastecer o veículo na tarde de ontem, a percepção é de que a mudança ainda não causou impacto para o consumidor final.

De acordo com a Petrobras, o preço médio da gasolina comum no país deve cair de R$ 5,49 para R$ 5,20. Ontem, conforme apurou o Correio, em 27 postos de combustível do Distrito Federal o preço médio da gasolina ficou em torno de R$ 5,49 — mesmo valor médio praticado antes da redução. Alem disso, alguns consumidores observaram que postos do DF aumentaram os preços para, depois, reduzir, conforme o que foi definido pela Petrobras.

O motorista de aplicativo Dário Pereira, de 29 anos, foi abastecer na terça-feira, logo após o anúncio da mudança na política de preços, em um posto no Riacho Fundo I, e percebeu que o estabelecimento havia elevado o custo da gasolina comum para R$ 5,79, ainda pela manhã. Durante a tarde, o mesmo posto reduziu o valor em 30 centavos, para o preço médio nacional, de R$ 5,49. "É brincadeira", lamentou o motorista.

Uma situação semelhante foi vivenciada pelo professor Glaudson Cordeiro, de 45 anos. Ele foi encher o tanque em um posto no Recanto das Emas, no mesmo dia. O docente afirma ter percebido que o estabelecimento aumentou o preço do produto ainda pela manhã e, durante a tarde, já havia adequado o valor para o preço anterior. "Eu acredito que o governo tem que ter uma capacidade de fiscalização muito forte. Eles (os postos) acreditam que a fiscalização não será tão efetiva e, por isso, estão fazendo isso", avalia o professor.

Mudança gradativa

Sobre a indignação dos consumidores, o presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares, explicou que os preços ainda devem cair aos poucos, no prazo máximo de cinco dias. "Obviamente, nós precisamos aguardar as distribuidoras repassarem os novos preços. Primeiro que elas não repassaram tudo hoje (ontem). Na minha distribuidora, por exemplo, caiu R$ 0,20, e eu repassei os R$ 0,20. Então precisa esperar que as distribuidoras repassem tudo", afirmou.

Tavares também esclareceu que os postos de combustível têm autonomia para definir os preços de venda do produto e, por isso, não há como explicar o motivo do aumento repentino ocorrido em alguns postos.

A redução nos preços da gasolina e do diesel foi anunciada junto com a decisão da Petrobras de extinguir o sistema de Preços de Paridade de Importação (PPI) como critério para definir o valor dos combustíveis. Segundo o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da companhia, Claudio Schlosser, o novo modelo deve manter o alinhamento aos preços competitivos por polos de venda.

"Nosso modelo vai considerar a participação da Petrobras e o preço competitivo em cada mercado e região, a otimização dos nossos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável", declarou.

*Estagiário sob a supervisão

de Odail Figueiredo

 

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