COMBUSTÍVEIS

Gás de cozinha continua acima da paridade internacional mesmo com redução de preço

Segundo o Observatório Social do Petróleo, a Petrobras tem cobrado mais caro do que a paridade de importação desde março de 2022

Agência Estado
postado em 17/05/2023 18:30
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP) mostra que apesar da redução de quase R$ 9 no preço às distribuidoras, o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) fornecido pela Petrobras continua sendo vendido acima da paridade de importação. O botijão de 13 quilos de gás de cozinha nas refinarias da estatal está custando R$ 32,96, o equivalente a R$ 2,18 a mais que o PPI (Preço de Paridade de Importação), que vale R$ 30,78, segundo a última publicação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Até a terça-feira, 16, o preço do quilo do GLP vendido pela Petrobras estava em R$ 3,23, o que resultava em um preço para o botijão de 13 kg (gás de cozinha) a R$ 42,04, passando a custar R$ 2,54 o quilo, ou R$ 32,96 o botijão, após a redução anunciada na mesma terça, pela estatal, de R$ 0,69 por quilo no preço médio.

Segundo o OSP, a Petrobras tem cobrado mais caro do que a paridade de importação desde março de 2022. Mesmo ultrapassando os parâmetros do PPI, a estatal ainda pratica hoje o menor valor em comparação às refinarias privadas.

A Acelen, gestora da Refinaria de Mataripe, vende o gás de cozinha a R$ 46,87, ou seja, R$ 16,08 mais caro que o PPI, e a Refinaria da Amazônia (Ream) cobra R$ 37,76 pelo produto, uma diferença de R$ 6,98 em relação ao preço de paridade de importação.

Já o diesel e a gasolina atingiram a paridade com o mercado internacional, após quedas de mais de 12% para os dois combustíveis, também anunciadas pela estatal na terça-feira e que passaram a vigorar nesta quarta, 17.

Consumo em queda

O estudo do OSP - baseado em dados da ANP, Petrobras, Acelen e Ream - aponta ainda que nos três primeiros meses deste ano houve uma pequena queda no consumo de gás de cozinha, de 0,96%. A maior redução nas vendas de botijão foi registrada na região Sudeste, com menos 2,53%.

"Vivemos há alguns anos uma tragédia nacional. Em 2022 já tivemos o menor consumo de gás em uma década e no primeiro trimestre do ano continuamos vendo uma redução deste consumo. E como já sabemos, quem não usa gás de cozinha está utilizando lenha ou etanol, gerando maiores acidentes e poluição ambiental", afirma o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

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