O combate ao garimpo ilegal é um dos principais desafios do país para o comércio de ouro, porque a ilegalidade atinge praticamente metade da produção nacional, de acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, com base em dados do Instituto Escolhas.
Na abertura do primeiro painel do seminário Correio Debate: Caminhos do ouro, na tarde de ontem, Jungmann foi categórico na defesa de um projeto de desenvolvimento para a Amazônia que não fique só no papel e na regularização do comércio do metal precioso. Ele e o deputado federal Zé Silva (Solidariedade-MG), presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, debateram sobre os caminhos políticos e os desafios desse mercado.
"O Brasil precisa de um projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, algo que nunca teve", disse o ex-ministro da Defesa e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Na avaliação dele, o momento atual é propício para o Brasil dar prioridade para essa agenda, porque a questão climática está no centro do debate internacional.
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"Precisamos, sim, de repressão para quem destrói, para quem mata, sem sombra de dúvida. Mas nós precisamos ter um projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Eu espero, torço que esse momento chegou, porque isso não é só um clamor dos brasileiros e brasileiras, é um clamor da humanidade pela sua própria existência", afirmou Jungmann. Ele ressaltou que é preciso solidariedade e uma ética intergeracional para transformar o meio ambiente. "Não existe nada mais imoral do que o que estamos deixando para as futuras gerações, nossos filhos e netos, uma natureza pior que a que recebemos, que já não está grande coisa", frisou.
O parlamentar, por sua vez, lembrou que o mundo vive o desafio de produzir alimentos e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente, o que só será resolvido quando a agroindústria e a mineração se tornarem sustentáveis. Nesse sentido, ele reforçou que é responsabilidade do Estado criar políticas públicas que permitam aos garimpeiros sair da ilegalidade, fornecendo os recursos para isso.
O secretário de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia também participou do debate, no Correio. Em sua palestra, Vitor Saback destacou o potencial de geração de emprego e renda da mineração e fez questão de separar os garimpeiros que trabalham legalmente do que chamou de "extrator ilegal", que "mata, desmata e contamina".
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*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Doria
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