Um dos palestrantes de hoje do debate Caminhos do Ouro promovido pelo Correio Braziliense, o secretário de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia, Vitor Saback, informa que uma das metas do Brasil é ampliar a participação mineral no PIB. "Essa participação hoje é de 3%", diz ele. Para isso, Saback avisa que o país não precisa explorar biomas que devem ser preservados nem entrar nos territórios das comunidades tradicionais.
"Nosso país é muito grande e há muito espaço ainda a ser pesquisado", diz. Ele conta ainda que, nos próximos dias, o governo editará as normas de rastreabilidade do ouro. Em Nova York, onde participou de diversos eventos, inclusive do lançamento do Lithium Brazil Valley, na Nasdaq, ele conversou com o Correio. Abaixo um dos principais trechos da entrevista.
O senhor participou do lançamento do Lithium Brazil Valley, na Nasdaq, em Nova York. O que representa isso?
Significa que nós estamos dando luz ao Brasil do ponto de vista de competitividade, de atração de investimentos. Somos modelo de transição energética. Além de fazermos a transição, cumprirmos a nossa agenda, a gente está exportando sustentabilidade para outras partes do mundo.
E já se sabe o que isso vai representar?
Em termos de emprego, vai significar para aquela região um milhão de postos de trabalho diretos e indiretos. O desenvolvimento do lítio no Vale do Jequitinhonha vai agregar valor para a economia nacional, a economia local e vai trazer para aquela comunidade muito empego e muito desenvolvimento.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, fala na produção de carros elétricos. É possível?
Estamos trabalhando nisso, nós, do Ministério de Minas e Energia, sob a liderança do ministro Alexandre Silveira, consideramos importante trazer toda a cadeia do lítio para o Brasil. Hoje, somos exportadores, comprovadamente um player mundial, e precisamos desenvolver a cadeia do lítio sob todos os seus aspectos. Desde a concentração, exploração, até a produção de baterias no seu estágio final. Então, é importante a gente beneficiar, transformar esse lítio no nosso país, agregando valor e gerando renda para a nossa economia.
Já há duas empresas instaladas naquela região. Quantas mais virão?
É importante entender que há um potencial demonstrado, mas ainda há muito a explorar naquela região. Enquanto, hoje, a gente tem uma reserva de 95 mil toneladas de lítio na região, reservas conhecidas, com um pouco mais de pesquisa mineral podemos encontrar muito mais, capaz de abastecer o mundo e o nosso país.
E, em relação outros minérios, como ouro, por exemplo, o que é possível fazer para evitar a extração ilegal, o contrabando e gerar riqueza para o Brasil?
O que interessa ao Brasil é uma mineração responsável, uma mineração que agregue valor, tanto ao meio ambiente quanto do ponto de vista social. O governo federal deve editar nos próximos dias a medida provisória de rastreabilidade do ouro, para a gente acompanhar todo esse processo, desde a extração até a ponta. O Brasil é um país muito rico do ponto de vista mineral. Queremos ampliar muito a participação do setor mineral no PIB, uma mineração sustentável e que agregue valor social às regiões onde é explorado.
E quais são os outros minérios promissores?
A gente quer focar em dois eixos: o eixo transição energética é o Brasil ajudando o mundo na questão das mudanças climáticas. O outro eixo é o Brasil ajudando o mundo na segurança alimentar, na produção de alimentos. Esses dois eixos passam pela mineração. Na transição energética, é importante incentivar e pesquisar se temos lítio, cobre, cobalto, níquel, todos minerais estratégicos. Do ponto de vista de segurança alimentar, precisamos de fosfato e potássio para garantir fertilizantes.
Há muita controvérsia sobre exploração mineral na Amazônia. Qual sua avaliação?
O Brasil é um país muito grande e temos muitas riquezas para explorar em áreas sem conflitos, sem entrar territórios de comunidades tradicionais, em biomas que precisam ser preservados. Nós queremos uma mineração ambientalmente sustentável, uma mineração segura.
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