Lares chefiados por mães solo cresceram 17,8% em uma década e atingiram 11,3 milhões no 4º trimestre de 2022. É o que mostra o estudo "Arranjos Familiares e Mercado de Trabalho", do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). O levantamento também aponta que as mulheres autodeclaradas pretas/pardas são maioria e ditam o ritmo da dinâmica de mães solos.
Segundo a pesquisadora e economista Janaína Feijó, responsável pelo estudo, há mais domicílios chefiados por mães solo como aqueles em que a pessoa de referência é uma mulher com filho(s), mas sem a presença de um cônjuge. “Entre os anos de 2012 e 2022 o número de domicílios com mães solo cresceu 17,8%, passando de 9,6 milhões para 11,3 milhões. Ou seja, ocorreu um incremento de 1,7 milhão de mães solo em 10 anos”, afirma.
“A dinâmica recente de mães solo tem sido explicada predominantemente (90%) pela ascensão do quantitativo de mães solo negras (pretas e pretas), que passou de 5,4 milhões para 6,9 milhões no período. O número de mães solo autodeclaradas brancas e amarelas permaneceu relativamente estável”, completa.
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A especialista destaca que o termo “mãe solo” é mais adequado e abrangente do que “mãe solteira” para caracterizar a solidão e os desafios que as mães, sem cônjuge e com praticamente nenhuma rede de apoio, enfrentam no dia a dia para cuidar de seus filhos. “O solo não se refere apenas a ausência de um cônjuge, mas também ao fato de todas as responsabilidades familiares recaírem unicamente sobre a mãe. A maternidade impõe uma série de desafios para as mulheres e, no contexto das mães solo, esses desafios se tornam maiores”, explica.
“Além disso, a maior parte das mães solo (72,4%) vive em domicílios monoparentais, sendo compostos apenas por elas e seu(s) filho(s). Ou seja, não moram com parentes ou agregados que teriam o potencial de ajudar nas responsabilidades familiares e na promoção do equilíbrio entre vida pessoal, família e trabalho”, pontua.
Por região
Em termos relativos, no 4º trimestre de 2022, dos 75,3 milhões de domicílios existentes no Brasil, 14,9% (11,3 milhões) tinham como pessoa de referência mães solo. No 4º trimestre de 2012 essa proporção foi de 15,3%. Os estados do Nordeste e Norte, por exemplo, apresentam as maiores proporções de domicílios chefiados por mães solo. Enquanto as menores foram reportadas na região Sul.
A pesquisa mostra ainda que no 4º trimestre de 2022, estados como Sergipe (19,9%), Amapá (18,6%) e Rio Grande do Norte (18%) eram os com as maiores proporções de domicílios com os responsáveis sendo mães solo. Já Santa Catarina (10,6%), Mato Grosso (11,8%) e Rio Grande do Sul (11,8%) registraram as menores proporções.
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