A maioria dos investidores concorda com a posição do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. É o que mostra pesquisa realizada entre os dias 4 e 8 de maio pela Quaest por encomenda da Genial Investimentos.
O levantamento aponta que, logo após a última reunião do comitê, 91% dos entrevistados consideraram a decisão acertada, um leve recuo de 4 pontos percentuais em comparação com o levantamento anterior, realizado em março. Já os que discordam da decisão passaram de 5% para 9%.
Para 88% dos investidores institucionais consultados, a Selic será reduzida ainda neste ano; os outros 12% discordam. A maioria dos entrevistados (68%) acredita que o início do afrouxamento monetário ocorrerá até o fim do terceiro trimestre: 9% acreditam que o movimento ocorrerá até junho, 34% até agosto e 25% não depois de setembro. Outros 20% apontam novembro como o marco, e 1%, dezembro.
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A pesquisa revela ainda que caiu de 62% para 51% o grupo dos que consideram o atual patamar da taxa de juros ideal para o Brasil hoje. Já os que dizem ser um percentual menor saltaram de 30% para 45% em dois meses. E aqueles que acreditam que o ideal seria uma taxa ainda mais elevada recuaram de 8% em março para atuais 4%.
A média das respostas dos participantes sobre a taxa Selic ideal para o Brasil hoje ficou em 12,47% 0,39 ponto percentual abaixo do número registrado em março. As indicações estão próximas das projeções de analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central no relatório Focus: 12,50%.
Arcabouço fiscal
O levantamento mostra que só 3% dos operadores de mercado têm visão positiva sobre o novo arcabouço fiscal, regra que irá substituir o teto de gastos — mecanismo para limitar o crescimento das despesas públicas à inflação. Outros 49% avaliam o projeto como regular, enquanto 48% não aprovam a proposta. Apesar da alta rejeição, 92% acreditam que a regra será aprovada pelo Congresso.
Os entrevistados avaliaram as probabilidades de que trechos discutidos pelo setor econômico sejam incluídos no texto do marco fiscal. Entre os pontos, estão o contingenciamento de despesas por frustração de receitas, criminalização de Lula por descumprimento de metas, proibição de reajustes de funcionários públicos por descumprimento de metas e limites nos gastos de saúde e educação.
Confiança
A pesquisa também avaliou o nível de confiança sobre 12 figuras públicas. Entre elas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é o que reúne maior índice de respostas positivas: 67%. Atrás dele aparecem os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 51%, e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 45%.
No sentido oposto, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (PT), e a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), lideram as respostas negativas com 99% cada um. Na sequência, vêm o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 95% indicações de pouca ou nenhuma confiança, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, com 88%, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve um salto de 79% para 86% em dois meses.
Metodologia
Para o levantamento, foram realizadas 92 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro de fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 4 e 8 de maio. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas online através da aplicação de questionários estruturados.
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