Após dois meses consecutivos de queda, a produção industrial do país avançou 1,1% de fevereiro para março. Com o resultado, a indústria nacional ainda está 1,3% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 17,9% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (10/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das 25 atividades investigadas pela pesquisa, 16 avançaram em março. Entre elas, as principais influências sobre o índice geral vieram dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), máquinas e equipamentos (5,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,7%).
- Comitê zera imposto de importação para 628 máquinas e equipamentos industriais
- Brasil tem alta de 3,9% na abertura de novas empresas em janeiro
- Com recorde de fábricas paradas, produção de carros registra queda de 19%
O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis já havia crescido 0,5% no mês anterior. No caso do setor de máquinas e equipamentos, o resultado positivo reverteu a perda de 0,7% registrada em fevereiro.
Recuperação
O gerente da pesquisa, André Macedo, lembrou que os dois primeiros meses de 2023 foram marcados por queda, embora não tivessem disseminação do resultado negativo entre as atividades. “Em março, a maior parte das atividades também ficou no campo positivo e a indústria marcou um crescimento que não era visto desde outubro do ano passado (1,3%). Então, há uma melhora do comportamento da produção industrial, especialmente considerando esse crescimento de magnitude mais elevada, mas ainda está longe de recuperar as perdas do passado recente”, avaliou.
Macedo destacou ainda que há, na conjuntura do país, elementos que ajudam a explicar as dificuldades de recuperação do setor industrial. “Ainda permanecem no nosso escopo de análise as questões conjunturais, como a taxa de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a taxa alta de inadimplência e o maior nível de endividamento por parte das famílias, assim como o grande número de pessoas fora mercado de trabalho e a alta informalidade”, disse.
Ainda no campo positivo, outros destaques foram os setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%), de outros equipamentos de transporte (4,8%), de produtos químicos (0,6%), de couro, artigos para viagem e calçados (2,8%) e de produtos de minerais não metálicos (1,2%).
Por outro lado, o segmento de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%) exerceu a principal influência entre as oito atividades que recuaram no mês. O setor havia crescido por três meses consecutivos, acumulando ganho de 13,5% no período. Os setores de móveis (-4,3%) e de produtos de metal (-1,0%) também se destacaram entre as quedas.
Saiba Mais
- Economia Copom volta a pedir "serenidade e paciência" com taxa de juros
- Economia Motoristas de aplicativos prometem parar no próximo dia 15 por falta de reajuste nos repasses
- Economia Galípolo afirma que quer ser ?facilitador? na relação do BC com a Fazenda
- Economia Amazônia em pé vale sete vezes mais, diz estudo do Banco Mundial
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.