A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou nesta segunda-feira (8/5) que a produção de veículos teve uma queda de 3,9%, em relação ao mês anterior. Segundo os dados, quando comparado ao mesmo período de 2022, o resultado reflete os ajustes feitos pelas montadoras diante das vendas abaixo das expectativas neste ano.
A produção teve aumento de 4,8% nos quatro primeiros meses deste ano, quando somou 714,9 mil veículos na soma de todas as categorias. A indústria, porém, esperava números melhores com o fornecimento mais regular de componentes eletrônicos, cuja escassez foi responsável por parar linhas nos últimos dois anos.
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Já na comparação com os níveis de antes da pandemia, a produção dos quatro primeiros meses do ano ficou em torno de 250 mil veículos abaixo. Desde fevereiro, metade das fábricas de carros e caminhões parou ou ainda vai parar temporariamente parte da produção em razão das vendas fracas.
O presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, reforçou que os primeiros quatro meses de 2022 foram um período muito ruim para o setor. “O ano de 2022 foi marcado por uma crise muito forte da indústria automobilística, principalmente em relação à produção, e pela falta de semi-produtores. Isso acabou refletindo, tanto em exportação, quanto em mercado interno e a produção”, explicou durante coletiva virtual realizada pela Anfavea.
Os dados mostram que 178,9 mil veículos, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram vendidos no mês passado, conforme balanço divulgado hoje pela Anfavea. Frente a março de 2023, mês que teve cinco dias úteis a mais, abril mostrou queda de 19,4% na fabricação de veículos.
Vendas
O balanço também mostra que as vendas de abril, de 160,7 mil veículos, superaram as do mesmo mês do ano passado em 9,2%. Apesar do crescimento, o número segue muito distante dos registrados antes da pandemia — em abril de 2019, 232 mil veículos foram emplacados no Brasil, ou seja, uma diferença expressiva de 71 mil unidades. Frente a março, o calendário mais curto de abril explica a queda de 19,2% das vendas. Na média, o mercado se manteve em ritmo diário abaixo de 9 mil veículos no mês passado.
De acordo com o presidente da Anfavea, em 2022, o setor tinha um mercado limitado pela oferta, e não um mercado limitado pela demanda. “Havia filas de espera para as compras dos veículos. Este ano especificamente, nós começamos com uma tendência de crescimento ao ano anterior, mantendo praticamente os mesmos números do final do ano, por uma questão de uma maior diluição no tempo. Então imaginava-se um crescimento em relação ao primeiro quadrimestre anterior”, disse.
Exportações e emprego
O levantamento mostra ainda que houve uma queda de 24,1% das exportações no comparativo de abril com igual mês do ano passado. Os embarques, de 34 mil veículos no mês passado, caíram 23,9% contra março. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, as exportações mostraram recuo de 4,3%, somando 146,3 mil unidades.
Já na questão de empregos, 13 mil vagas de trabalho foram fechadas em abril nas montadoras, que atualmente empregam 101,6 mil pessoas.
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