ENERGIA NUCLEAR

Ministério de Minas e Energia aponta conclusão de Angra 3 como prioridade

A obra está orçada em R$ 27,8 bilhões, sendo que R$ 7,8 bilhões já foram investidos

Rafaela Gonçalves
postado em 04/05/2023 03:55
 (crédito: Jorge Cardoso/CB/D.A Press)
(crédito: Jorge Cardoso/CB/D.A Press)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3 é uma prioridade do governo. Durante audiência na Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados, o secretário de Energia Elétrica da pasta, Gentil Nogueira de Sá Junior, apresentou um panorama da obra, que está parada desde 2015.

Segundo o secretário, a obra está orçada em R$ 27,8 bilhões, sendo que R$ 7,8 bilhões já foram investidos. O montante de investimentos necessários é de R$ 20 bilhões, que, de acordo com a pasta, está sendo analisado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Toda uma modelagem está sendo construída pelo banco, porque essa usina terá geração constante, e temos que alcançar o equilíbrio entre segurança energética e modicidade tarifária", disse o ministro.

O cronograma inicial aponta que o projeto tem condições de ser concluído em 2029. O objetivo, de acordo com o MME, é de poupar água nos reservatórios de hidrelétricas quando há pouca chuva. No entanto, as estimativas apontam que o custo da energia de Angra 3 ficaria elevado, na casa de R$ 720 por MWh (megawatt-hora) nos primeiros 16 anos, caindo para R$ 240 na sequência. Com os reservatórios das hidrelétricas cheios, a energia no mercado está custando R$ 55 à vista.

O MME afirmou que avalia o investimento porque a energia nuclear é uma alternativa dentro da transição energética, uma vez que não gera emissões de gases de efeito estufa. A pasta também entende que há benefícios adicionais, como a geração de emprego e renda no entorno do projeto, bem como na extração mineral para suporte. O secretário de Energia Elétrica afirmou ainda que o governo discute um "retrofit" de Angra I, que está há 40 anos em atividade.

Eletronuclear

O ministro também prestou esclarecimentos sobre a indicação, para o comando da Eletronuclear, do advogado Raul Lycurgo, que, segundo parlamentares, não tem conhecimento técnico na área de usinas nucleares.

De acordo com Silveira, o indicado "tem vasta experiência na gestão pública". "É procurador-geral de carreira, foi diretor da Cemig, presidente da Taesa, que é a maior empresa de transmissão do Brasil. É correlato ao setor elétrico", afirmou.

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