Jornal Correio Braziliense

Piso salarial

Salário mínimo seria de R$ 1.391 se regra antiga estivesse em vigor, diz Marinho

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e ministra da Gestão, Esther Dweck, confirmam novo valor do salário mínimo a partir de 1º de maio, de R$ 1.320, e a volta da fórmula antiga para a correção do piso do trabalhador acima da inflação

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, confirmaram, nesta sexta-feira (28/4), o novo salário mínimo de R$ 1.320 a partir de 1º de maio, e a nova política de reajuste do piso dos trabalhadores que será igual à praticada entre os anos de 2007 e 2019.

“Se essa política não tivesse sido interrompida, o salário mínimo, hoje, estaria em R$ 1.391”, afirmou Marinho, aos jornalistas, ao lado de Dweck. Segundo o ministro, várias entidades reconhecem que a política de valorização do salário mínimo é positiva para a economia. Ele confirmou que o projeto de lei da nova regra de reajuste do salário mínimo, corrigido pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, está no Palácio do Planalto para ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A publicação das mudanças no Diário Oficial da União (DOU) deverá ocorrer nos próximos dias até 1º de maio.

Os ministros participaram da cerimônia de sanção do projeto de lei que concede o reajuste de 9% para todos os servidores públicos federais ativos, cargos comissionados, aposentados e pensionistas. O impacto do reajuste, que inclui correção de R$ 200 no auxílio-alimentação dos funcionários públicos, no Orçamento deste ano é de R$ 11,6 bilhões, de acordo com dados do MGI.

Isenção do IR

Marinho negou atritos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que o primeiro passo para a mudança da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2,640 mil está sendo dado por meio de um ato discricionário da Receita Federal. A isenção para o desconto em folha começa a valer no mês que vem, mas o efeito para declaração para o Fisco será no próximo ano. Ele lembrou que o compromisso de campanha de Lula é isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, contudo, a ampliação do patamar de isenção será feito de acordo com a disponibilidade orçamentária. “Isso é muito importante também para a valorização do baixo salário do país”, afirmou.

Na cerimônia de assinatura, Esther Dweck destacou a saída do secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do MGI, Sérgio Mendonça, que conduziu as conversas com os servidores para fechar o acordo de reajuste em “tempo recorde”. No entanto, a pasta não informou ainda quem será o substituto de Mendonça.

Novos concursos

A ministra da Gestão ainda informou que existe um espaço orçamentário de R$ 2 bilhões para a realização de concursos neste ano. Ela confirmou a abertura de 502 novas vagas para um concurso da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), conforme o Correio divulgou, hoje, e destacou que, na semana que vem, anunciará novos concursos que devem ser abertos neste ano em um primeiro bloco de um pacote que será anunciado até o fim de maio.

Segundo ela, existe uma demanda por 8 mil a 8,5 mil vagas de diversos órgãos, mas o processo de análise ainda está em curso para a autorização de novos certames. “Eu não tenho como precisar o número de vagas. O número que apareceu que estava sendo estudado, de 8,5 mil, eu não tenho como garantir que será esse número. Mas serão milhares de vagas, na média”, afirmou a ministra. “Eu prefiro não dizer o número, porque estamos no processo de consolidar os dados e as demandas dos 37 ministérios”, afirmou.

Marinho, ao lado de Dweck, reivindicou as vagas para a pasta dele. A ministra, por sua vez, também disse estar precisando de mais funcionários na pasta chefiada por ela. E adiantou que o Ministério do Meio Ambiente será uma das pastas contempladas com novos concursos neste ano.