Em reunião da Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos acionistas da Petrobras foram aprovados, nesta quinta-feira (27/4), oito novos membros do Conselho de Administração (CA) da estatal. Apesar de rejeitados pela governança por não cumprirem os requisitos da Lei das Estatais, o governo incluiu três nomes por ele indicados ao Conselho. Ao todo, o grupo é composto por onze membros.
Seis indicações do governo, representante da União, foram aprovadas: Bruno Moretti, Pietro Mendes, Jean Paul Prates, Efrain Cruz, Sergio Rezende, Vitor Saback. Mendes e Cruz foram considerados inelegíveis pelo Comitê de Pessoas e pelo CA, sob argumento de que já exerceram cargos no governo, fator vedado pela Lei das Estatais. Rezende foi vetado por compor parte da estrutura decisória do PSB, o que também vai contra a norma. O parecer dos conselheiros, contudo, não é impeditivo para que os indicados assumam os cargos. Mendes também foi eleito presidente do colegiado com 53,49% dos votos, contra 27,78% votos contrários.
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O empresário Juca Abdalla e o advogado Marcelo Gasparino (que totalizam os oito novos membros) também foram eleitos, com votos de acionistas minoritários. O colegiado fica integrado, ainda, com os três conselheiros eleitos fora do mecanismo de voto múltiplo e com mandato ativo: os advogados Francisco Petros e Marcelo Mesquita, também representantes dos minoritários, e a engenheira Rosângela Buzanelli, que representa os funcionários da Petrobras. Todos os 11 membros do Conselho, agora reformado, têm mandato até meados de 2024, na próxima assembleia geral ordinária de acionistas.
Manifestação
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comemorou, em nota, a eleição dos novos integrantes e afirmou que essa foi “uma decisão soberana dos acionistas” e que, com isso, “a empresa deverá retomar seu papel social”. Silveira faz referência às políticas adotadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) ao dizer que “se encerrou o ciclo de desmonte da empresa para privatização empreendido pelo governo passado”, diz a nota divulgada pela assessoria. O ministro reiterou, também, a legalidade das indicações.
“Segundo o Alexandre Silveira, todos os indicados possuem reconhecida competência e a experiência necessária para exercer as funções para as quais foram eleitos, incluindo servidores de carreira e, inclusive, uma delegada federal, o que permitirá um olhar estratégico, íntegro e técnico, para o fortalecimento da Petrobras, garantindo o retorno dos investimentos na empresa”, conclui a nota.