Jornal Correio Braziliense

Juros

'Empresas não aguentam pagar esses juros', afirma presidente da CNI

Em sessão temática para discutir a taxa de juros no Senado nesta quinta (27/4), Robson Braga de Andrade defendeu que Campos Neto "dose" a taxa de juros para não prejudicar o crescimento econômico

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, declarou nesta quinta-feira (27/4) que “as empresas não aguentam pagar esses juros que nós temos”. E disse ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que é preciso “dosar” a taxa de juros para não prejudicar o crescimento econômico.

Robson Andrade participou hoje da sessão temática do Senado Federal para debater o tema, que contou com Campos Neto e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. A sessão foi conduzida pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“É claro que a inflação não pode ser elevada. Todos nós concordamos com esse ponto”, frisou o presidente da CNI ao discursar na tribuna. “Agora, nós também precisamos dosar esses juros, presidente Roberto Campos [Neto], para que atenda, claro, as questões da meta de inflação, mas que também não prejudique o crescimento e o desenvolvimento econômico”, acrescentou.

Robson argumentou que a indústria e outras empresas têm dificuldades de conseguir crédito com a taxa atual. Segundo o presidente da CNI, a indústria está tomando crédito a mais de 30% com os juros atuais. Ele também criticou a falta de concorrência no setor bancário brasileiro.

“Não tem nenhuma atividade empresarial, industrial, que tenha capacidade de enfrentar uma situação dessa. O banco que faz um empréstimo nessas condições, se está pensando na rentabilidade das empresas, está indo na direção errada”, declarou. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, também estava na sessão.

Dirigindo-se a Haddad, Robson cumprimentou o ministro pela entrega do novo arcabouço fiscal. O presidente da CNI frisou que os empresários não são a favor do aumento de impostos, mas defendem “cobrar daqueles que não pagam”.