Em termos reais, a arrecadação federal sofreu em março uma queda de 0,42% em relação ao mesmo mês do ano passado, corrigido pela inflação. O valor total arrecadado no período foi de R$ 171,1 bilhões, o segundo maior valor para o mês desde 1995, quando teve início a série histórica. O maior montante foi em março do ano passado, de R$ 171,8 bilhões.
Já as receitas que são administradas pelo Fisco tiveram queda real de 0,07%, atingindo R$ 166 bilhões, contra R$ 159 bilhões em março de 2022. Em termos nominais, o aumento na arrecadação foi de 4,58%.
Os dados são da Receita Federal, que divulgou o balanço do mês passado, nesta terça-feira (25/4), em coletiva de imprensa no auditório do Ministério da Fazenda. Estavam presentes o chefe de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, auditor fiscal da Receita Claudemir Malaquias, e o coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide.
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Segundo Claudemir, um dos principais fatores que contribuíram para a queda real no mês, em comparação com o mesmo período do ano passado, foi a desoneração dos combustíveis.
"Houve um conjunto de fatores. Nós tivemos a atuação hoje da redução que foi promovida por uma alteração legislativa. Nós estamos em um momento em que o combustível não está onerado, em comparação com o ano passado, quando a gente tinha esse fator", declarou o auditor.
Ele citou ainda, como fator em menor grau, a queda do preço das commodities no mercado internacional. "Passados os efeitos mais intensos de instabilidade no mercado global, você tem uma acomodação do preço das commodities, que tende a voltar ao patamar normal do preço desses itens. A arrecadação acompanha, par e passo, o comportamento dos atores econômicos", afirmou Claudemir.
A Receita destacou, porém, o crescimento de 6,03% na arrecadação da receita previdenciária, explicado por um aumento de quase 18% na massa salarial em relação a março de 2022. Também houve aumento das receitas de capital, explicado pela alta da taxa de juros.