Jornal Correio Braziliense

JUROS

Pacheco sobre alta da taxa de juros: 'Não conseguiremos crescer o Brasil'

Para o presidente do Congresso, a inflação caiu abaixo do esperado, o que, atrelado ao avanço do novo arcabouço fiscal, já possibilitaria uma redução da Selic, que está em 13,75% ao ano

O presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que se a taxa de juros não cair, “nós não conseguiremos crescer o Brasil". Para Pacheco, a inflação caiu abaixo do esperado, o que, atrelado ao avanço do novo arcabouço fiscal, já possibilitaria uma redução da Selic, que está em 13,75% ao ano, maior patamar desde novembro de 2016.

"A inflação, meu caro Roberto Campos Neto, contida. Nossa moeda estável. Agora, nós precisamos crescer no Brasil. E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13%", disse em discurso feito nesta quinta-feira (20/4) na abertura do Lide Brazil Conference em Londres. O presidente do Banco Central também está presente no evento.

Pacheco defendeu que a redução da taxa de juros deve ser “imediata”. “Continuo defendendo a autonomia do BC, mas precisamos encontrar um caminho para a redução imediata da taxa de juros. Esse é o desejo da economia e do mercado”, apontou Pacheco. “E esses ruídos e essas marolas que têm prejudicado a redução da taxa de juros? Se há um problema temos então que atacar esse problema. E permitir que haja um ambiente propício à redução a taxa de juros.”

Ainda segundo o presidente do Senado, é uma questão de “responsabilidade” reduzir a taxa básica de juros. “Quero acreditar que o desejo do presidente do Banco Central, até pela responsabilidade que tem com o país e com o crescimento da economia, também seja da redução”, disse.

“Há divergências naturais entre o Executivo, o Legislativo, a sociedade e o meio empresarial. Mas se há algo que nos une nesse momento é a impressão, o desejo, a obstinação de reduzir a taxa de juros no Brasil. Por isso eu quero pedir isso muito. É uma súplica do Senado Federal, meu caro presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto”, reforçou Pacheco.