O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou nesta quinta-feira (13/4) o centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa de tecnologia Huawei, em Xangai, China. A multinacional chinesa é uma das maiores do ramo de tecnologia e comunicações, e está entre as 10 marcas mais valiosas do mundo. Segundo o ranking da Global 500 de 2022, é avaliada em US$ 71,2 bilhões.
Lula esteve no centro de pesquisa acompanhado do chairman da Huawei, Liang Hua. Além disso, a agenda do presidente incluiu reunião com o presidente do Conselho da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tongzhou, a maior empresa de construção civil da China, e com o CEO da BYD, Wang Chuanfu, fabricante de veículos elétricos.
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Durante os encontros com empresários, Lula defendeu seu desejo de aumentar a cooperação entre empresários brasileiros e chineses. Wang Tongzhou, da CCCC, sugeriu ao presidente brasileiro uma iniciativa para realizar transações diretas na moeda chinesa, o Yuan, sem depender do dólar americano. Já a BYD, que está negociando uma fábrica de automóveis elétricos em Camaçari, Bahia, falou a Lula sobre as políticas do governo chinês que fomentaram a indústria de veículos elétricos.
Na Huawei, a comitiva presidencial foi recebida com um painel contendo informações sobre a presença da chinesa no mercado brasileiro, incluindo os setores de 5G, telemedicina, educação e conectividade. A multinacional tem parceria com todas as operadoras de comunicação do Brasil na implantação da tecnologia 5G, e atua no país há mais de duas décadas.
O presidente estava acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entre outros integrantes do governo. A comitiva foi recebida e acompanhada por executivos da Huawei.
Reaproximação diplomática
Um dos principais objetivos da visita de Lula à China é o fechamento de parcerias estratégicas nos setores de infraestrutura, comunicação, tecnologia e energia limpa. O presidente reforça, desde a campanha eleitoral, a necessidade de aproximação com o país asiático e a retomada das relações, estremecidas, no âmbito diplomático, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). No setor econômico, porém, a parceria comercial inclusive cresceu nos últimos anos, apesar dos ataques constantes do ex-presidente à China.
A visita de Lula à Huawei, porém, causa desconforto na relação com os Estados Unidos. A Huawei já foi acusada de espionagem pelo governo norte-americano, que apontou que os equipamentos da empresa poderiam ser usados para coletar informações em favor do governo chinês. Tanto a multinacional, que é privada, quanto o governo da China negaram as acusações. Em 2022, a empresa foi sancionada pelo governo dos EUA, o que reduziu o seu lucro líquido em cerca de 69% no ano.
Ainda nesta quinta, Lula tem um encontro previsto com o secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Chen Jining, e logo depois parte para Pequim, onde se reunirá com o presidente Xi Jinping amanhã (14).