Jornal Correio Braziliense

Conjuntura

Bancos cortam projeção de crescimento de crédito de 8,3% para 7,9% em 2023

Pesquisa da Febraban mostra que revisão para baixo foi puxada pelo menor desempenho do crédito livre; valor ainda tende cair 0,3% em 2024

As projeções feitas pelos bancos sobre a expansão do mercado de crédito recuaram de 8,3% para 7,9% este ano. É o que revela a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas, realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Na edição de fevereiro, a maioria esperava queda de juros só no quarto trimestre, mas agora os bancos acreditam que isso deve começar já em setembro, com corte de 0,5 ponto percentual. A perspectiva para 2024 também não é melhor, e a pesquisa aponta uma queda de 0,3% na carteira de crédito.

No caso das empresas, essa reversão reflete especialmente alteração recente neste mercado de crédito, diante de acontecimentos das últimas semanas, particularmente há maior cautela na concessão de crédito em razão dos episódios envolvendo as Lojas Americanas.

Ao mesmo tempo, houve também redução na projeção para a expansão da carteira livre destinada às famílias (de 8,7% para 8,3%), possivelmente consequência do cenário de maior inadimplência e desaceleração econômica, o que normalmente torna as concessões mais seletivas.

O levantamento aponta ainda que a maioria dos participantes 68,4% avalia que a comunicação do Copom foi adequada ao não sinalizar um horizonte de corte da Selic (taxa básica de juros). Para outros 26,3%, o colegiado já poderia condicionar o início da flexibilização em caso de piora da atividade/crédito, dando mais flexibilidade para sua próxima decisão.

A projeção da taxa de inadimplência da carteira livre também se alterou tanto para 2023 quanto para 2024. É esperada inadimplência de 4,7% da carteira livre para 2023, ante 4,4% na pesquisa anterior, refletindo novas expectativas das instituições financeiras com o cenário macroeconômico. O resultado representa uma revisão ante o atual nível do indicador, que estava em 4,5% em fevereiro. 

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro