Jornal Correio Braziliense

Usina Nuclear

Eletronuclear diz que vazamento em Angra 1 foi de grau zero

Empresa responsável por gerenciar o Complexo de Angra afirma se tratar de um incidente de risco zero e sem consequências para o meio ambiente ou trabalhadores.

A Eletronuclear confirmou ao Correio, nesta sexta-feira (07), o vazamento de efluentes radiotivos no mar ocorrido em setembro do ano passado na Usina de Angra 1. Contudo, a empresa responsável por gerenciar o Complexo de Angra afirma se tratar de um incidente de risco zero e sem consequências para o meio ambiente ou trabalhadores. 

No começo da semana, técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), realizaram uma vistoria conjunta na Usina para monitorar e avaliar a situação e o evento, classificado como "liberação não planejada de efluentes radioativos no mar".

Participaram da vistoria, do CNEN, servidores da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear, da Coordenação de Reatores, do Serviço de Segurança Radiológica e da Inspeção Residente, além de servidores do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). O IBAMA enviou servidores da Diretoria de Licenciamento Ambiental e da Coordenação-Geral de Emergências Ambientais.

Por meio de nota, a Cnen informou que a vistoria “foi acompanhada por representante da Procuradoria da República em Angra dos Reis e incluiu monitoramento radiométrico e novo recolhimento de amostras, que serão devidamente analisadas pelo IRD. Foram selecionadas amostras de sedimentos e água, nos locais potencialmente afetados”.

De acordo com informações do Ibama, a Eletronuclear demorou quatro meses para confirmar o incidente. A empresa informou a reportagem que o evento foi classificado como de risco zero e de pequeno porte, por isso, não reportou o caso ao órgão ambiental do governo e que deveria incluir o fato no seu relatório semestral. 

"Em mais de 35 anos de funcionamento da usinas nucleares no Brasil, nunca tivemos uma acidente nuclear nem nenhum evento que pudesse em risco o meio ambiente, os trabalhadores ou a comunidade", informou a assessoria da empresa. 

Amostra

Nota assinada por Eduardo Grand Court, presidente da Eletronuclear, informa que o Laboratório de Monitoração Ambiental (LMA) da entidade realizou, na Baía de Itaorna, a análise de amostras de água do mar e de sedimentos marinhos, coletadas em locais escolhidos próximos às saídas de água de Angra 1.

"Como resultado, não foram encontrados radionuclídeos artificiais – aqueles produzidos pelas atividades do homem, como por exemplo num reator nuclear – na água do mar. Em somente uma amostra de sedimentos marinhos foram encontrados dois elementos com uma atividade radiológica baixa, fato que foi devidamente informado aos órgãos fiscalizadores", destaca o presidente.

Em nota conjunta, o Cnen e o Ibama disseram que aguardam os resultados das análises técnicas laboratoriais. "As análises já realizadas pela CNEN anteriormente demonstraram que as liberações de efluentes ocorreram abaixo dos limites estabelecidos. No entanto, tão logo as novas análises do IRD fiquem prontas, será emitido novo relatório", diz o documento.  

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