O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou otimismo para uma conciliação entre o governo e o Banco Central após a avaliação "superpositiva" do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às linhas gerais do novo arcabouço fiscal, que ainda precisa ser encaminhado ao Congresso.
"Nós vamos construir a harmonia necessária para o Brasil crescer", disse Haddad, nesta quarta-feira (5/4), na saída do gabinete para um compromisso na Casa Civil, para participar da reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO). Segundo o ministro, a reunião é "de rotina", mas um dos assuntos deverá ser a nova âncora fiscal que substituirá o teto de gastos — emenda constitucional que limita o aumento das despesas pela inflação do ano anterior. “Devemos bater o texto para encaminhar para o Congresso”, afirmou.
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Em evento organizado por um banco, Campos Neto elogiou o arcabouço fiscal, classificando a nova regra como “super positiva”. “Elimina um risco de cauda para quem achava que a dívida poderia ter uma trajetória explosiva”, afirmou o presidente do BC, que vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de aliados.
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 21 e 22 do mês passado, o Banco Central deixou a porta aberta para uma nova alta dos juros e reforçou a preocupação com os riscos fiscais ao manter a taxa básica da economia (Selic). Além disso, defendeu uma maior “harmonia” entre as políticas fiscal e monetária.