Em sua primeira fala após a apresentação do arcabouço fiscal, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, elogiou a nova regra apresentada pelo governo para substituir o teto de gastos — mecanismo para limitar o crescimento das despesas públicas à inflação. “Elimina um risco de cauda para quem achava que a dívida poderia ter uma trajetória explosiva”, disse o dirigente, durante evento promovido pelo Bradesco, na manhã desta quarta-feira (5/4).
“Nossa avaliação é super positiva. Reconhecemos o esforço do governo. Vamos observar como vai se passar o processo de aprovação no Congresso, se vai ter alguma modificação. Para quem avaliava o risco de ter uma trajetória de dívida mais descoordenada, acho que isso foi eliminado”, acrescentou.
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O presidente do BC ponderou, ainda, que “não existe uma relação mecânica entre fiscal e taxa de juros”. “O importante para a gente é atuar dentro do sistema de metas. Temos uma meta de inflação e olhamos a expectativa”, afirmou.
“O que eu sempre digo é que o custo de combater a inflação é muito duro para a sociedade e tem impactos no curto prazo. Mas o custo de não combater é muito maior no médio e longo prazo”, disse Campos Neto, ao avaliar a trajetória dos juros.