O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o desemprego é um assunto que sempre preocupa o governo, mas comemorou a redução da taxa na comparação com o mesmo trimestre do ano de 2022. Para Haddad, para reduzir mais o desemprego é necessário dar início a redução na taxa básica de juros da economia. "A sinalização que o ciclo vai ser iniciado é importante. O investidor não está pensando no mês que vem, está pensando no médio e longo prazo", disse o ministro nesta sexta-feira (28/4) para jornalistas.
"O desemprego sempre preocupa, nós estamos insistindo muito que temos que ajustar a taxa de juros para que a economia volte a crescer. A taxa de juros está muito alta, é a mais alta do mundo e há um espaço importante para a queda, isso reativa a economia, os empresários, com acesso a crédito mais barato, voltam a investir e isso é muito importante”, disse Haddad.
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Haddad disse que o início dessa redução nos juros “pode acontecer a qualquer momento” já que o governo "está fazendo sua parte", mas reconheceu a autonomia do Banco Central (BC) na decisão.
“Nós temos que ter cautela, tudo isso é fruto de trabalho que tem que ser continuado, mas nós abrimos espaço para uma redução da taxa de juros que pode acontecer a qualquer momento. O Banco Central tem autonomia para decidir, mas o governo está fazendo sua parte, reconhecidamente pelo próprio Banco Central.”
Expectativa para o PIB dobra
Comentando o crescimento na taxa de desemprego para 8,8% no trimestre móvel terminado em março, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, Haddad ponderou que a alta representa apenas uma sazonalidade comum ao início do ano que concentra as demissões das contratações temporárias de final-de-ano.
Haddad comentou também que, apesar da ampliação no trimestre, a geração de empregos especificamente com carteira assinada, chegou ao dobro do que era esperado pelo mercado, o que impulsionou o mercado a rever as expectativas do crescimento de 2023.
Juros e inflação menores
Para o ministro, o resultado favorável do PIB é resultado do trabalho da administração e do cuidado com a economia. "Nós não podemos brincar com a economia", disse.
“O PIB está vindo em uma posição mais confortável, mas tudo isso depende de trabalho continuado, nós não podemos brincar com a economia, cada mês nós temos tomar novas medidas, melhorar o crédito, melhorar o mercado de capitais, melhorar o mercado de trabalho, melhorar o salário-mínimo, ter um bom 1º de maio com medidas de atualização da tabela do imposto de renda, salário-mínimo com crescimento real pela primeira vez depois de 7 anos, tudo isso somado que vai fazer a economia voltar a girar satisfatoriamente", apontou.
Para ele, os resultados demonstram que existem bases para uma redução na taxa de juros sem risco de pressões inflacionárias. “Nós temos espaço para crescer sem pressão inflacionária, pega a indústria automobilística ela está produzindo 50% da sua capacidade. A indústria tem capacidade de ampliar a produção, os serviços têm capacidade de ampliar a oferta sem pressão inflacionária”, concluiu Haddad.
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