Dados do XII Informe de Tendências de Meios de Pagamento da Minsait Payments mostram um aumento na relevância no Brasil dos bancos digitais e neobanks. Segundo o relatório, produzido em parceria com a consultoria espanhola Analistas Financieros Internacionales (AFI), 30% dos entrevistados no país já indicam um neobank como sendo sua principal entidade de serviços financeiros e pagamentos. Em 2021, esse percentual era de 26%. No entanto, o sistema bancário tradicional ainda mantém sua predominância, apesar de ter sofrido um tímido recuo, respondendo pela preferência de 62% dos brasileiros, contra os 63% registrados em 2021.
Segundo Ernesto Terríquez, head da Minsait Payments na América Latina, há um avanço dos bancos digitais frente às instituições financeiras tradicionais. “Esse fenômeno dá prova, por exemplo, da efetividade dos cartões pré-pagos como soluções de cash-in e out para entidades digitais que, por conta da legislação brasileira, se encontram impedidas de utilizar cartões de débito para essa finalidade”, explica.
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Ainda de acordo com o executivo, “já é possível identificar alguns desdobramentos importantes dessa diminuição do número de clientes dos bancos Tier 1 — indicador utilizado na análise da solvabilidade das empresas do setor bancário —, bem como do aumento da adesão às instituições digitais. Um deles é o crescimento exponencial da porcentagem de consumidores que possuem mais de dois cartões pré-pagos, que saltou de 25%, em 2020, para 29%, em 2022”.
Efeito pandemia
Esse fenômeno acompanha a constante evolução do índice de bancarização da população brasileira, que subiu de 70%, em 2017, para 84%, em 2022, segundo dados coletados pela pesquisa Global Findex Database, do Banco Mundial, e compilados no relatório da Minsait Payments.
“Embora, por razões históricas, não tenhamos no Brasil os mesmos índices de bancarização observados em certas regiões da Europa, como Reino Unido (99%) e Espanha (94%), podemos observar que houve um aumento significativo do uso do sistema bancário em toda a América do Sul, especialmente após a pandemia da covid-19”, ressalta Ernesto Terríquez. “Com isso, a tendência é que, gradativamente, nossa população adulta bancarizada se assemelhe à população como um todo, fazendo com que, em breve, alcancemos um grau de bancarização quase universal, ultrapassando os 90%, como já ocorre nos países europeus incluídos na pesquisa”, pontua.
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