Pagamento instantâneo

Pix quebra recordes e se torna exemplo para sistemas na América Latina

Como o segundo país do mundo com mais transações de pagamentos em tempo real, Brasil se consolida como referência em aplicação e aderência de consumidores com Pix

Fernanda Strickland
postado em 19/04/2023 18:06 / atualizado em 19/04/2023 18:13
 (crédito:  Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Lançado em novembro de 2020, o Pix tornou-se o meio de pagamento preferido dos brasileiros, a partir da inovação tecnológica proveniente do sistema que permite a realização de pagamentos instantâneos. Diante desse fator e do montante transacional atingido em 2022, alguns países da América Latina passaram a ter interesse em desenvolver um sistema semelhante.

Em 2022, dos 195 bilhões de transações de pagamentos em tempo real registrados em todo o mundo, cerca de 29,2 bilhões foram realizadas no Brasil, o que representa 15% do total. O resultado levou o país ao segundo lugar no ranking global, atrás apenas da Índia, com 46%, segundo o último relatório "Prime Time for Real-Time", elaborado por meio de uma parceria entre a ACI Worldwide e a GlobalData.

Recentemente, o Pix bateu o recorde de transações diárias no país. De acordo com o Banco Central, ao todo foram 122,4 milhões de transações realizadas; o valor movimentado chegou a casa de R$ 62,8 bilhões.

Segundo especialistas, o Brasil inova com o Pix, podendo servir de exemplo para América Latina. Presente na implementação do sistema de pagamento na sociedade brasileira e de um sistema similar nos Estados Unidos junto ao Federal Reserve chamado Fednow, a C&M Software, empresa regulamentada pelo BC a transacionar o Pix no país, tem iniciado o projeto de também levar um sistema semelhante para a América Latina.

“Desde 2022, avançamos nas conversas com parceiros do Chile, Argentina, e Colômbia, juntamente aos membros do BIS (Bank for International Settlements) dos respectivos países. A nossa expertise em meio de pagamentos, nacionalmente e internacionalmente, nos abriu portas para discussões nos Bancos Centrais da América Latina, onde caminhamos para definições e implementações futuras”, afirma Daniela Machado, diretora global de marketing e produtos da C&M Software.

A mudança de comportamento vista no consumidor brasileiro pode ser replicada em diversos países, seja pela conveniência que os sistemas de pagamentos instantâneos oferecem ou pelo crescente uso dos smartphones ao redor do mundo.

“A partir de 1º de julho, começaremos a transacionar o Fednow nos Estados Unidos e, além de ser um momento disruptivo para a economia norte-americana, proporcionando maior autonomia e rentabilidade frente a qualquer outro meio de pagamento, é um ponto importante para nós da C&M Software, pois fomenta conversas com outros países que buscam inovar seu portfólio de produtos”, explica Daniela.

Com problemas estruturais parecidos com os países da América Latina, o Brasil pode se tornar uma referência aos mercados latinos, graças à similaridade econômica e inúmeras possibilidades na geração de produtos financeiros, como é visto na integração do varejo e dos aplicativos de consumo junto ao Pix.

“Quando mostramos as vantagens que o pagamento instantâneo oferece, juntamente com toda segurança endossada pelo formato do Banco Central, bem como a capilaridade e instantaneidade das transações, é mais fácil elucidar e tornar concretas as negociações. Além disso, como a média de chaves Pix por brasileiro é de quase seis por pessoa, com um ticket médio de R$ 400 — quatro vezes maior do que o cartão de crédito, os países rapidamente compreendem os motivos da alta adesão”, encerra a especialista.

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