A produção industrial apresentou o terceiro mês consecutivo de resultado negativo, registrando variação de -0,2% na passagem de janeiro para fevereiro. O indicador apresentou recuo de 2,4%, na comparação com fevereiro de 2022, e de 1,1% no acumulado do ano. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (19/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com esse resultado, a indústria nacional está 2,6% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 19% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011. “Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no fim do ano passado, este início de 2023 apresenta perda na produção, permanecendo longe de recuperar as perdas do passado recente”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.
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Entre as 25 atividades pesquisadas, nove apresentaram recuo. Entre as mais influentes estão os ramos de produtos alimentícios (-1,1%), de produtos químicos (-1,8%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%).
“Entre os alimentos, alguns dos destaques negativos vieram da menor produção de carnes de bovinos, aves e suínos, sucos e derivados da soja. A queda observada na produção de carne bovina teve a influência da suspensão das exportações para a China por conta do mal da vaca louca no final do mês de fevereiro”, destaca o pesquisador.
Juros altos
No que diz respeito às grandes categorias econômicas, a maior taxa negativa foi de bens de consumo duráveis, que registrou recuo de 1,4%, intensificando a perda de 1,2% de janeiro. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) também teve redução na produção, interrompendo quatro meses consecutivos de crescimento. Setores de bens de capital (0,1%) e de bens intermediários (0,5%) registraram variações positivas.
Analistas atribuem a estagnação do setor ao impacto dos juros altos. "Levando em consideração um quadro em que os juros se mantêm altos por mais tempo e o contexto de crédito conturbado, sobretudo pela maior percepção de risco por parte das empresas, a obtenção de financiamentos se torna mais difícil, contraindo o setor", avalia Marco Caruso, economista-chefe do Branco Original.
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