Contas públicas

Ipea estima déficit de R$ 289 milhões nas contas do governo central em março

Estimativa divulgada nesta quarta (12/4) aponta aumento da receita e queda das despesas em comparação com o mesmo período de 2022. Projeção para o 1º trimestre é de superávit de R$ 38,4 bilhões

Victor Correia
postado em 12/04/2023 12:03
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira (12/4) a estimativa preliminar das contas do Governo Central. A projeção traz um déficit primário de R$ 289 milhões para o mês de março. No acumulado de janeiro a março deste ano, há previsão de um superávit primário de R$ 38,4 bilhões, em comparação com R$ 54,1 bilhões no mesmo período de 2022.

A estimativa é feita com dados da execução orçamentária registrada no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial. Segundo o Ipea, eles fornecem "uma boa aproximação com os dados oficiais" que serão divulgados no futuro pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

A receita líquida do Governo Central atingiu R$ 152,1 bilhões em março, um aumento de 3,4%, em termos reais, em comparação a março de 2022. As despesas, por sua vez, atingiram R$ 152,4 bilhões, 1% a menos na comparação. Já a receita total teve um aumento de 2,8% em março, comparada ao ano passado. O detalhamento do estudo pode ser conferido aqui.

Receitas e despesas

Segundo o Ipea, o aumento foi puxado pela evolução das receitas não administradas pela Receita Federal, que tiveram crescimento de 53,4% em termos reais. Já as administradas pela Receita caíram 6,3%, enquanto as do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e as transferências legais e constitucionais a entes subnacionais aumentaram em 3,4% e 0,02%, respectivamente.

Sobre as receitas administradas pela Receita Federal, os pesquisadores do Ipea destacaram retração de R$ 1,5 bilhão (-23,7%) no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de R$ 1,9 bilhão (-24,2%) no Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e de R$ 1,2 bilhão (-10,2%) na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Em relação às despesas, os pesquisadores destacaram aumento nas despesas da Previdência, de 4,3%, e as do Poder Executivo sujeitas à programação financeira, de 30,4%, em função do crescimento do gasto com o Bolsa Família. "Cabe ressaltar que o aumento nessas despesas foi parcialmente compensado pelas reduções de despesas com pessoal e outras despesas obrigatórias", enfatizou o Ipea.

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