Em comunicado ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou o compromisso do Brasil com a estabilidade macroeconômica e reforçou que, com a inflação controlada, há espaço para reduzir a taxa de juros no país.
“Com o aumento da confiança no quadro fiscal e um caminho de consolidação fiscal influenciando as expectativas de inflação e ancorando-as mais perto da meta, haverá espaço para acomodação da taxa básica de juros”, destacou.
A mensagem é a primeira da gestão de Haddad no âmbito das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, as chamadas ‘Spring Meetings’, que reúnem autoridades econômicas de todo o mundo. O encontro será realizado em Washington, nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (13/4). O ministro será representado pelo Secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, pois estará acompanhando a comitiva presidencial na viagem à China.
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Entre os temas destacados na declaração estão a estabilidade de preços como instrumento de combate à recessão, o papel dos bancos centrais na calibragem da política monetária na luta contra a inflação, política fiscal comprometida com dívidas públicas sustentáveis e a necessidade de priorização de medidas relacionadas às mudanças climáticas.
O documento enfatizou também que o governo brasileiro está comprometido com a sustentabilidade fiscal, com a reforma do sistema tributário e com o combate à inflação. O texto salienta ainda o compromisso do governo com reformas estruturais que, mais do que trazer crescimento econômico, tenham capacidade de gerar justiça social e sustentabilidade ambiental.
Em relação ao fiscal, o ministro defendeu a proposta de um novo arcabouço, que substituirá o teto de gastos, que condicionava o aumento das despesas à inflação. “Estamos comprometidos com a sustentabilidade fiscal e da dívida dentro de uma estrutura baseada em regras confiáveis”, escreveu Haddad.
O ministro voltou a criticar o atual sistema tributário brasileiro e defendeu uma reforma “simples e justa”. “O sistema tributário do Brasil é excessivamente complexo, regressivo, distorcido e pesado”, criticou, acrescentando que, nos moldes atuais, sobrecarrega as empresas e aumenta as desigualdades regionais e sociais”.
PIB
Haddad reconheceu a perspectiva moderada de crescimento do país e afirmou que o governo petista está comprometido com reformas estruturais. Hoje o FMI piorou estimativas para Produto Interno Bruto (PIB) doméstico em 2023, que passou a ficar abaixo de 1%, como reflexo de que o processo de desaceleração da economia internacional está em curso, em grande parte, devido à nova crise de bancos nos Estados Unidos e na Europa.
A estimativa é de uma expansão de 0,9%, projeção em linha com o esperado pelo Boletim Focus, realizado pelo Banco Central.
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