Taxa de juros

Juros: Campos Neto mostra preocupação com "tentativas de politizar" decisão

Diante da grande pressão de Lula pela redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano, presidente do Banco Central voltou a defender a autonomia da autoridade monetária

Rafaela Gonçalves
postado em 05/04/2023 12:28
 (crédito: Sergio Lima / AFP)
(crédito: Sergio Lima / AFP)

Em meio a críticas recorrentes do governo à condução da política monetária, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, mostrou preocupação com as tentativas de se politizar o processo de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano.

“A tentativa de politizar um processo que é totalmente técnico, isso é uma coisa que deixa os funcionários da casa e os diretores de uma forma geral bem preocupados”, disse o dirigente, durante evento promovido pelo Bradesco.

Diante da grande pressão de Lula pela redução dos juros, Campos Neto voltou a defender a autonomia da autoridade monetária. “Tem milhares de pessoas, diretores da casa, que sabem, que passam a noite rodando modelos, fazendo toda a parte de estimativa, de projeção. Não tem nada na decisão que é política, é sempre técnica”, afirmou.

Diretoria

Para o presidente do BC, a ausência de divergência nas decisões do Copom não pode ser confundida com a ausência de debates dentro do colegiado. “Os diretores também têm mandato e também são autônomos; assim como eu, eles devem seus mandatos ao Senado. Isso traz equilíbrio para a tomada de decisão”, disse.

Sobre os cargos vagos, os quais o governo deve revelar os nomes indicados nos próximos dias, Campos Neto afirmou que, independentemente das opiniões dos escolhidos, é importante que possuam capacidade técnica. “Precisamos de diretores que sejam capazes de cumprir suas funções. Se o diretor tem um pensamento de um lado ou do outro, não é relevante. O importante é a capacidade técnica”, reforçou.

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