Em meio a críticas recorrentes do governo à condução da política monetária, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, mostrou preocupação com as tentativas de se politizar o processo de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano.
“A tentativa de politizar um processo que é totalmente técnico, isso é uma coisa que deixa os funcionários da casa e os diretores de uma forma geral bem preocupados”, disse o dirigente, durante evento promovido pelo Bradesco.
Diante da grande pressão de Lula pela redução dos juros, Campos Neto voltou a defender a autonomia da autoridade monetária. “Tem milhares de pessoas, diretores da casa, que sabem, que passam a noite rodando modelos, fazendo toda a parte de estimativa, de projeção. Não tem nada na decisão que é política, é sempre técnica”, afirmou.
- Haddad e Campos Neto vão debater taxa de juros no Senado no próximo dia 27
- Campos Neto elogia novo arcabouço fiscal: "Nossa avaliação é super positiva"
- Governo segue na batalha pela queda da taxa básica de juros
Diretoria
Para o presidente do BC, a ausência de divergência nas decisões do Copom não pode ser confundida com a ausência de debates dentro do colegiado. “Os diretores também têm mandato e também são autônomos; assim como eu, eles devem seus mandatos ao Senado. Isso traz equilíbrio para a tomada de decisão”, disse.
Sobre os cargos vagos, os quais o governo deve revelar os nomes indicados nos próximos dias, Campos Neto afirmou que, independentemente das opiniões dos escolhidos, é importante que possuam capacidade técnica. “Precisamos de diretores que sejam capazes de cumprir suas funções. Se o diretor tem um pensamento de um lado ou do outro, não é relevante. O importante é a capacidade técnica”, reforçou.
Saiba Mais
- Economia Novo arcabouço fiscal será "bala de bronze" contra os juros, diz Tebet
- Economia Haddad reconhece a necessidade de R$ 150 bilhões para sustentar novo arcabouço
- Economia Presidente da Febrafite diz que o país está maduro para aprovar reforma tributária
- Economia Tebet diz ao Congresso que reforma tributária é urgente
- Economia Alckmin ligou para Pacheco e pediu votação do Marco Legal das Garantias
- Economia Campos Neto elogia novo arcabouço fiscal: "Nossa avaliação é super positiva"
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.