A taxa de desemprego no Brasil voltou a subir, chegando a 8,6% no trimestre móvel terminado em fevereiro. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (31/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar da alta, esse ainda é o menor resultado para o período desde 2015. No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 11,2%.
O número de desocupados cresceu 5,5% e chegou a 9,2 milhões de pessoas, o que representa um acréscimo de 483 mil pessoas à procura por trabalho. “Esse aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas, que foram muito influenciadas pela recuperação do trabalho no pós-pandemia”, lembrou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
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“Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho. Se olharmos retrospectivamente, na série histórica da pesquisa, todos os trimestres móveis encerrados em fevereiro são marcados pela expansão da desocupação, com exceção de 2022”, acrescentou.
A queda do número de ocupados foi de 1,6%, com retração de 1,6 milhão de pessoas no mercado de trabalho frente ao trimestre anterior. Com isso, o nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, chegou a 56,4%, queda de 1,0 p.p. na mesma comparação.
“A população ocupada tem um comportamento que é o inverso da trajetória da população desocupada. Nos primeiros meses do ano, há um movimento praticamente conjugado, de retração da população ocupada e a expansão da desocupação. Isso está ligado tanto às dispensas dos trabalhadores temporários que costumam ser contratados no fim do ano quanto à maior pressão do mercado de trabalho após o período de festas”, disse a pesquisadora.
Categorias
Entre as categorias que mais perderam postos de trabalho no período estão o empregado sem carteira no setor público (-14,6% ou 457 mil), o empregado sem carteira assinada no setor privado (-2,6% ou 349 mil pessoas) e o trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8% ou 330 mil). O número de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável após seis trimestres consecutivos de crescimento significativo.
Ainda na comparação com o trimestre anterior, houve redução de 206 mil pessoas na categoria dos empregadores, que agora soma 4,1 milhões de pessoas. Já o número de trabalhadores domésticos ficou estável e é estimado em 5,8 milhões. A taxa de informalidade também ficou estável no trimestre (38,9%).
Rendimento
O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.853 e ficou estável frente ao trimestre encerrado em novembro. Houve aumento apenas nos setores de Alojamento e alimentação e Serviços domésticos, os outros ficaram estáveis. A massa de rendimento também ficou estável frente ao trimestre anterior. Ela foi estimada em R$ 275,5 bilhões, crescendo 11,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.